É com alegria que presenciamos o frenesim dos estudantes do IPBeja a desfilarem pelas ruas da cidade. Ecoam cânticos! São momentos de integração e convívio. São o futuro.
São também o futuro da educação e formação que se cruza com o desenvolvimento da cidade de Beja, da região e do país. Um futuro que exige atenção aos pormenores.
Nos últimos meses, o espaço mediático foi tomado pela atual crise sanitária, pela urgência climática, pela execução do PRR ou pelo atual momento político; e, mais próximo de nós, pela urgente necessidade de dotar a região das necessárias acessibilidades… mas o diabo pode estar em temáticas ou pormenores, menos presentes no espaço mediático, como as necessidades de formação ao longo da vida ou a escassez de professores em todos os níveis de ensino.
Um estudo da fundação José Neves, através da sua plataforma Brighter Future, com dados de 2019, colocou em evidência um gap inter-geracional entre os 75,2% dos mais jovens (25-34 anos) que concluíram pelo menos o ensino secundário e, apenas 46,5% dos mais velhos (35-64 anos) que o fizeram. Um “pormenor” que revela a urgente necessidade de formação ao longo da vida para este segundo grupo.
Por outro lado, fomos confrontados com a possibilidade de 57,8% dos atuais professores do quadro poderem aposentar-se até 2030. Um “pormenor” que revela a urgente necessidade de formação de professores.
É pois urgente enfrentar estes “pormenores” que irão colocar em causa fatores de coesão social e inter-geracional no acesso ao mercado de trabalho e, de equidade no acesso a uma educação de qualidade com professores devidamente profissionalizados.
Agora, se “o diabo pode estar nos pormenores”, neles também podemos encontrar oportunidades a partir da cidade de Beja e do potencial do seu Instituto Politécnico para lidar com estes “problemas maiores”.
Aldo Passarinho
Professor do Instituto Politécnico de Beja
