Alentejo e Algarve com 61 horários por preencher

O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) efetuou um levantamento, junto dos agrupamentos de escolas do Alentejo e Algarve, sobre os horários em falta, e constatou que a 17 de novembro de 2021 estavam 61 horários por preencher.

De acordo com a mesma fonte, o número pode ser ainda mais preocupante, uma vez que o sindicato só obteve resposta de cerca de 65% dos agrupamentos de escolas.

De acordo com o SPZS, “o número de horários em falta é inferior aos dados do ano passado, em período homólogo, mas há que destacar que muitos dos horários que foram lançados a concurso pelas escolas desde 15 de setembro na área sindical do SPZS, foram preenchidos com recurso à distribuição de serviço docente extraordinário ou à contratação de candidatos sem habilitação profissional para a docência”. Nesta área destaca-se o Distrito de Beja, por concentrar cerca de 50% das situações de recurso a profissionais sem habilitação profissional.

Segundo o Sindicato, os grupos de recrutamento com dois ou mais horários por preencher são: 120 (Inglês 1º CEB), 290 (Educação Moral e Religiosa Católica), 300 (Português), 320 (Francês), 330 (Inglês), 420 (Geografia), 500 (Matemática), 510 (Física e Química), 520 (Biologia e Geologia), 530 (Educação Tecnológica), 550 (Informática) e 910 (Educação Especial 1).

Ao analisar os dados disponíveis, o SPZS conclui que “a maior parte dos horários são temporários e/ou incompletos, o que dificulta a sua ocupação, pois os professores evitam deslocar-se para muito longe da sua residência para trabalharem só algumas horas ou em muitos dos casos apenas um mês e receber, na generalidade dos casos, um salário equivalente ao ordenado mínimo, não lhes permitindo sequer suportar uma renda de casa”.

Para o Sindicato “é um grave problema que o país está a atravessar desde há muitos anos, estando a tornar-se uma bola de neve, porque as soluções não surgem”.

Beja é dos distritos onde o problema é mais grave, revela Manuel Nobre, presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS).

Hoje inicia-se uma greve dos professores às horas extraordinárias.