O Grupo Parlamentar do PCP confrontou o Ministro Adjunto, responsável político pela Unidade de Missão para a Valorização do Interior, com o modelo de desenvolvimento do interior do país.
João Ramos, deputado do PCP eleito por Beja, reivindicou “políticas diferentes para o interior e para a situação do distrito de Beja”.
Na sua intervenção parlamentar, João Ramos lembrou que no Alentejo foi feito o maior investimento hidroagrícola do país (Alqueva), que aumentou a produção de bens e de riqueza.
Contudo, o modelo associado ao desenvolvimento do projecto “estimulou a concentração da propriedade (…); aumentou as preocupações ambientais e a destruição do património cultural. Mas por outro lado não promoveu o povoamento, não reduziu o desemprego, sendo o trabalho feito com recurso a mão de obra barata de imigrantes e algumas vezes ilegais; e não dinamizou substancialmente as economias locais, a não ser alguma empresa de fornecimento de serviços e equipamentos de regadio”, adiantou.
João Ramos exigiu “um modelo económico verdadeiramente orientado para o desenvolvimento regional e para a coesão social e territorial”.
Em seu entender “o modelo de investimento nas infra-estruturas tem de acompanhar o aumento produtivo”. Nesse sentido, defendeu a construção dos dois dois Itinerários Principais (IP2 e IP8), a electrificação da ligação ferroviária a Beja e o aproveitamento do Aeroporto de Beja.