António José Brito: A Basílica Real

Castro Verde tem no centro da sua história e do seu território um imponente e distintivo monumento: a Basílica Real. Este título foi-lhe concedido pelo rei D. João V como forma de homenagear a vitória de D. Afonso Henriques em São Pedro das Cabeças, no dia 25 de Julho de 1139 na lendária batalha dos Campos de Ourique, episódio decisivo na fundação de Portugal.  

Nem sempre Castro Verde soube valorizar este templo tão importante e que, consensualmente, é orgulha de todos nós. Sabemos que, durante quase 10 anos, entre 2008 e 2017, por razões ideológicas e políticas, houve um franco e visível abandono do monumento, ao ponto de serem anotadas muitas manifestações de desconforto popular.

Quando chegámos à presidência da Câmara, assumiu um entendimento e atitude muito diferentes, nomeadamente na sintonia criada com a Paróquia.

Desde logo, sublinhando a importância de um monumento que é de todos os Castrenses e, desse modo, afastando a ideia peregrina de alguns de que, sendo a Basílica Real propriedade da Igreja Católica, deveria ser exclusivamente a Igreja Católica a cuidar da sua “sobrevivência”.Este Executivo assumiu uma posição exatamente ao contrário. 

A Basílica Real é de Castro Verde e de todas as pessoas de Castro Verde. Por isso, este Executivo da Câmara criou uma “linha” de diálogo e cooperação constantes com a Paróquia de Castro Verde, a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, o Governo, através da CCDR, e a Somincor… para fazermos o que necessitava de ser feito. 

Foi assim que renovámos e pintámos todo o monumento, limpámos os telhados e arranjámos portas e janelas. Foi assim que se requalificou profundamente o Coro Alto e o Nartex e que, há alguns meses, está a decorrer a reabilitação do extraordinário teto pintado da Basílica Real. Isto é, mais de € 425.000 de investimento!

Estamos a falar de muito dinheiro e de muitas vontades a remar num mesmo sentido. O sentido que, certamente, irá continuar e voltará a ser harmonizado para darmos agora outro passo muito importante: a classificação da Basílica Real como Monumento Nacional.

Todos estamos sintonizados e empenhados em cumprir mais esta meta. E estamos convencidos que, naturalmente, depois de tanto e tão bom caminho feito, o diálogo e cooperação construídos nestes quatro anos vão prosseguir com a mesma determinação do primeiro dia.

António José Brito

Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde