BE alerta para risco de fecho do Hospital de Serpa

A Coordenadora Distrital de Beja do Bloco de Esquerda (BE) defende, em nota de imprensa, o regresso da gestão do Hospital de São Paulo, em Serpa, à esfera pública e ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Caso contrário, afirma que aquela unidade hospitalar corre “o risco de encerrar”.

O BE frisa que, neste momento, as preocupações não se circunscrevem, apenas, ao Serviço de Urgência que, oficialmente, já não funciona de noite, entre a meia-noite e as 08:00 horas.

Segundo Alberto Matos, da Coordenadora Distrital de Beja do BE, “são recorrentes as situações de utentes que durante o dia se deslocam àquele serviço e não existe médico de serviço”, com “prejuízo direto para as populações dos concelhos de Serpa e da margem esquerda do Guadiana”.

Na sua opinião, “a falta de médicos e outros profissionais deve-se a condições salariais e de trabalho inferiores às praticadas no setor público e a instabilidade laboral estendeu-se a outras valências geridas pela SCM, sendo frequentes os atrasos no pagamento de salários”.

“A falta de médicos e outros profissionais não se confina ao Serviço de Urgência”, já que o hospital “tem vindo a reduzir o número de camas na unidade de reabilitação”, afirma.

“E, apenas, parte das seis camas estão a funcionar na Unidade de Cuidados Paliativos”, que é “a única resposta de internamento [do género] no Baixo Alentejo”, alertou.

Trata-se de uma situação que coloca “todo o hospital em risco”, diz Alberto Matos.

Alberto Matos considera que “está claro que a gestão do Hospital de S. Paulo tornou-se um fardo para a Santa Casa da Misericórdia de Serpa”.

Nesse sentido, afirma que “é urgente que a Misericórdia possa cumprir a sua função social e o SNS assuma uma responsabilidade que nunca devia ter alienado”.

Face “à comprovada incapacidade de gestão por parte da Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Serpa”, o BE “exige ao Ministério da Saúde, à ARS Alentejo e à Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, soluções urgentes para o regular o funcionamento do Hospital de São Paulo e do serviço de Urgência de Serpa”.  

O nota enviada às redações recorda que “o BE vem alertando há sete anos” que “a entrega da gestão do Hospital de São Paulo à Misericórdia de Serpa foi uma decisão desastrosa para a saúde pública que há muito devia ter sido revertida”.