O protocolo de cooperação técnico-científica surge “do interesse em facilitar a colaboração entre as duas entidades na área do estudo das actividades associadas aos fornos de cal artesanal”, diz a autarquia de Beja em nota enviada às redacções. A mesma fonte acrescenta que o objectivo passa por “incrementar os conhecimentos na área das técnicas artesanais da cal ( ) de modo a tornar possível alcançar uma candidatura das actividades artesanais da cal a património imaterial da humanidade, procurando salvaguardar os fornos de cal e actividades associadas, reforçar a ligação sociocultural e o conhecimento deste património”.
A engenheira do LNEC Rosário Veiga realçou a importância de registar e estudar os conhecimentos ancestrais enquanto é possível fazê-lo directamente. A engenheira referiu que existe uma “cultura da cal” no concelho de Beja. “É um material que está em todo o lado (…) e que ao entrar em todos os edifícios até 1950, faz parte dos nossos monumentos, dos nossos centros históricos e para os conservar sem os descaracterizar temos de voltar à cal”, sublinhou a engenheira.
O registo, a valorização e a potenciação da classificação foram os principais objectivos apontados pela antropóloga do Laboratório Marluci Menezes que esteve também presente na cerimónia.
O primeiro objectivo passa por classificar as técnicas e os saberes como Património Imaterial Nacional. No entanto, ambas as entidades não descartam a possibilidade de uma candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade.