Apreensivos por, ainda, não terem sido vacinados, um grupo de profissionais de saúde do sector privado, da cidade de Beja, escreveu uma carta ao Presidente da República, à Ministra da Saúde e ao coordenador da Task Force a denunciar a situação.
A carta assinada pelo médico José Barriga, – que, até então, não obteve resposta – refere que o grupo é constituído por profissionais de saúde privados, nomeadamente, do Centro de Radiologia de Beja, do Centro de Imagiologia do Baixo Alentejo, da Clínica Médica José Barriga e do LACLIBE (Laboratório de Análises Clínicas de Beja).
Recorde-se a 27 de janeiro, este grupo de profissionais de saúde do privado, já tinha exposto a situação à ULSBA, com o objetivo de serem “considerados como prioritários no plano de vacinação contra a Covid-19, tal “como consta no Plano de Prioridades”.
Passados cerca de três meses, e após várias tentativas, via email e telefone, junto da ARS do Alentejo, “procurando saber em que fase estaria o processo, as respostas obtidas foram sempre evasivas e remetidas para o Portal da Saúde”, lê-se na carta.
Os profissionais em causa dizem que se trata de “uma situação completamente surreal, incompreensível, pois após vários contactos com as entidades responsáveis pela vacinação (locais, regionais e nacionais) não obtiveram qualquer resposta”, indicando, que “se alguma houve, foi pelas entidades Regionais (ARSA), com promessas de que iriam resolver brevemente a situação, de forma vaga e inconsequente”.
Iniciando-se a segunda fase da vacinação, os profissionais destas quatro entidades de Beja, vêem “com muita apreensão” a sua situação e questionam “será que os responsáveis políticos pela vacinação (os donos das vacinas) se esqueceram de nós? Ou será que estamos a ser vítimas de alguma perseguição ou represália?”.
Continuam denunciando que “certo é que os vacinados, indevidamente, muitos deles logo em Dezembro, estão vacinados e protegidos”, enquanto “os profissionais de saúde privados não o foram, nem tampouco contactados, estando todos em regime presencial”, situação que segundo a mesma fonte tem causado um sentimento de discriminação, abandono e revolta.
Os subscritores da carta enviada ao Presidente da República e à tutela, realçam que “a conclusão a que chegaram é a de que quem cumpre é castigado e penalizado e quem prevarica é recompensado”.