Na semana passada, por agendamento do Bloco de Esquerda, a Assembleia da República debateu e votou vários projetos de Lei e de Resolução que propunham travar a “expansão selvagem” dos olivais e amendoais intensivos e superintensivos.
O BE apresentou um Projeto de Lei e também um Projeto de Resolução que propunha a suspensão das plantações destas culturas até à sua regulamentação. No entanto, o rolo compressor do lóbi agrário (PS, PSD, CDS, Iniciativa Livre, Chega) chumbou todas as propostas de diversos partidos.
Durante o programa semanal da Rádio Pax, Visão dos Tempos, Alberto Matos, Coordenador Do Bloco de Esquerda (BE) de Beja, referiu que “o que é particularmente grave é o alinhamento do PS com a direita, ainda por cima porque é o partido do Governo e não apresentou nenhuma proposta”.
O comentador do programa adiantou que “neste momento as tulhas e os lagares estão cheios, as fábricas de bagaço de azeitona estão a arrebentar pelas costuras e continuam a laborar com enormes custos ambientais (…)”.
Para o Bloco de Esquerda, “o caso das Fortes é o mais gritante, apesar de existirem também as fábricas de Odivelas e Alvito”.
“Os donos das fábricas e os lagares já se queixam que estas três fábricas não chegam.”
Alberto Matos questionou “se virão por aí mais Fortes”.
O Coordenador do Bloco de Esquerda de Beja, frisou que o “lóbi agrário, que chumbou os projetos, é responsável por uma coisa muito feia, mas que tem nome, que é o trabalho escravo na agricultura”.
“Este é um fenómeno que tem vindo a alastrar inclusivamente no Distrito de Beja. Há uma explicação para isto que é o lucro máximo e imediato por parte dos donos da terra (…).”