Os bombeiros voluntários que integram os dispositivos permanentes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vão passar a receber mais quatros euros por dia. Este aumento de 8% face ao ano passado, “visa compensar a especial disponibilidade dos bombeiros e a fragilidade financeira em que se encontram, em contexto de combate à pandemia da COVID-19”.
Os bombeiros voluntários que integram o Dispositivo Integrado de Operações de Proteção e Socorro (DIOPS), Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) e Dispositivo Conjunto de Proteção e Socorro na Serra da Estrela (DICSE) passam a receber 54 euros, em vez de 50.
Esta ajuda, foi ontem, aprovada pelo Governo. O MAI- Ministério da Administração Interna informa em comunicado que a diretiva financeira para 2020 que contempla ainda um aumento de 10% no valor da comparticipação com alimentação do pessoal dos corpos de bombeiros e passa a incluir essas despesas no período de ativação do DICSE.
O MAI refere que “no âmbito do Plano de Operações Nacional para o coronavírus, da ANEPC, foram incluídas na diretiva financeira as despesas que venham a resultar da ativação do dispositivo de reforço ao socorro e apoio sanitário”.
São também abrangidas “as despesas realizadas nas bases de apoio logístico, de modo a garantir o cumprimento das normas estabelecidas para minorar o risco de contágio e de propagação da doença Covid-19”.
O DECIR 2020 prevê uma mobilização de 11.827 operacionais no período mais critico de incêndios e de maior empenhamento de meios, entre 01 de julho e 30 de setembro, dos quais 5.660 são bombeiros.
O Ministério da Administração Interna refere ainda que, no ano passado, “as despesas com pessoal dos corpos de bombeiros, no âmbito do DECIR, ascenderam a cerca de 26 milhões de euros, enquanto as despesas com alimentação totalizaram cerca de 800 mil euros”.
Em 2019, as despesas com reposições e reparações de veículos, bem como despesas com danos com equipamentos, ascenderam a um montante aproximado de 7,5 milhões de euros.
A diretiva financeira, que entra em vigor às 0h00 do dia 15 de maio, foi aprovada pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, após audição da Liga dos Bombeiros Portugueses.
O relatório sobre o terceiro período do estado de emergência, entregue na terça-feira no parlamento, revela que as associações humanitárias de bombeiros enfrentam dificuldades financeiras devido à atual situação pandémica, o que pode comprometer a sua capacidade de resposta a emergências.
Segundo o documento, feito pela Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, que é coordenada pelo ministro da Administração Interna, estas dificuldades “são fruto da diminuição abrupta do transporte de doentes não urgentes, com um impacto muito significativo na sua faturação, agravada pelo acréscimo repentino de gastos com equipamentos de proteção individual e material de desinfetante”.