A CDU de Castro Verde vem a público contestar os cortes anunciados pela Câmara Municipal nas transferências para as Juntas.
Devido à situação financeira do município, a maioria socialista decidiu “deixar cair” os Acordos de Cooperação que contemplavam o pagamento, por parte da Câmara, de 80% do valor de investimentos e obras a executar pelas Juntas.
Segundo os comunistas, “trata-se de uma manifesta vontade de asfixiar a autonomia e a capacidade de realização das Juntas de Freguesia rurais (Entradas, Santa Bárbara de Padrões e S. Marcos da Ataboeira, todas de maioria CDU) e, com isso, condicionar fortemente a possibilidade de satisfação dos legítimos anseios das suas populações”.
Francisco Duarte, vereador da CDU da Câmara de Castro de Verde, considera a situação “caricata” uma vez que a União de Freguesias de Castro Verde e Casével (de maioria PS) “não tem cortes nas transferências de capital”.
A CDU de Castro Verde “rejeita o argumento que esta opção política seja fruto da herança que a CDU deixou, ou da actual situação financeira da Câmara Municipal”.
O presidente do município de Castro Verde já reagiu a estas acusações e negou qualquer discriminação das freguesias comunistas. António José Brito lembrou que os cortes dizem respeito apenas “aos acordos de cooperação para investimento”.
O presidente da Câmara adiantou que os restantes acordos interadministrativos com todas as Juntas do concelho mantêm-se. As transferências anuais para as Freguesias são superiores a 320 mil euros.
Segundo o PS de Castro Verde, “apesar da difícil situação financeira da Câmara Municipal, com uma divida a fornecedores a 31 de Dezembro de 2017 superior a um milhão de euros, a CDU continua a entender que não é preciso fazer nada!”.