Obviamente que não obtive qualquer resposta à primeira, pois é difícil aos visados contradizerem as verdades. Apenas alguns iluminados acusaram-me de querer ter protagonismo; se me conhecessem, saberiam que não necessito de mais protagonismo, para além daquele que me é reconhecido.
Aqueles que sempre viveram à sombra do poder, dos partidos, autarquias, associações ou colectividades, que em nome do povo se servem a si próprios e aos seus interesses, esses sim, necessitam de protagonismo para se manterem na crista da onda; muitos deles, não têm competência ou capacidade profissional, pouco sabem fazer em prol do bem comum e que na
realidade, vivem à custa desse mesmo povo.
Vem-me à memória o exemplo da Cooperativa Proletário Alentejano, supervisionada e comandada pelo Partido Comunista ou pelos seus “agentes”, com uma gestão catastrófica que levou à sua falência. O que fizeram os seus dirigentes? Administraram ruinosamente os bens e dinheiros dos sócios, patrocinando sobretudo associações próximas do Partido Comunista,
nomeadamente a Rádio Voz da Planície, a qual recebeu milhares de euros em publicidade à custas dos sócios. Não se ouviu uma palavra na comunicação social sobre a responsabilização dos dirigentes/gestores da Cooperativa.
Pergunto-me, qual a posição dos sindicatos afectos à CGTP/comunistas quanto a toda esta situação que levou ao despedimento dos trabalhadores? Ao que parece, chegaram ao ponto de não darem qualquer apoio aos trabalhadores, os quais tiveram de recorrer a advogados particulares para se defenderem. Será que o apoio jurídico e sindical, por parte dos sindicatos
afectos ao Partido Comunista, é recusado aos trabalhadores das Empresas próximas ou ligadas ao PCP/CDU? Todavia, esses mesmos sindicatos estão sempre na primeira linha quando qualquer outra empresa está em dificuldades, próxima da falência ou da insolvência. Os empresários chegam a ser rotulados de ladrões e bandidos, mesmo que fiquem sem possibilidade de se sustentarem, ao contrário dos dirigentes da Cooperativa Proletário Alentejano, os quais continuam alegres e contentes, como se nada se tivesse passado A gozar dos rendimentos. Naturalmente, quem ficou mal foram os sócios, sem o dinheiro investido e os trabalhadores, sem trabalho, despedidos. Que confiança e que credibilidade sindical podem ter quando aplicam dois pesos e duas medidas?
Nesta época que vivemos, com violentos ataques às conquistas de Abril e à democracia, o movimento sindical está cada vez mais enfraquecido, em grande parte devido a estas atitudes. Não basta pedir menos horas de trabalho e mais ordenados. É preciso ser-se justo, coerente e ter em conta a situação económica e financeira real das empresas. Quem não o fizer, quem não for imparcial, não defende as empresas e muito menos os trabalhadores, mas sim acelera as falências e provoca o inevitável aumento do desemprego.
Precisamos de um sindicalismo forte mas consciente, livre do jugo dos partidos, particularmente do PCP/CDU, defendendo verdadeiramente os trabalhadores e não os utilizando como escudo do partido.
Há outro assunto muito grave que não pode mais ser escondido, o despedimento do Vereador José Velez por parte do IPB/Politécnico de Beja.
Ser despedido sem o devido aviso prévio, passar por cima dos direitos laborais é de grande gravidade. Apresentar-se ao serviço num dia e ser despedido no próprio dia, um docente com mais de 24 anos ao serviço do IPB/Escola Superior Agrária, onde exerceu diversos cargos de dirigente, até como Presidente da Escola Superior Agrária, é inqualificável e imoral. Trata-se,
Indiscutivelmente de um acto de má-fé, do Presidente do Politécnico e de toda a sua Direcção. É uma situação absolutamente inadmissível, revelando fortes indícios de perseguição pessoal, profissional e política, impensável nos dias de hoje! Nos remotos tempos da Ditadura Marcelista em que vivi, esta situação não era tolerada e o Presidente do Politécnico seria demitido de imediato! Há quem na Presidência e na Gestão do Politécnico pense que voltámos ao antigamente (até antes do Marcelismo), agora o Presidente, com as suas raízes humildes e conhecendo-o como eu o conheço, comportar-se desta maneira, deixa-me profundamente desiludido A não ser que esteja a ser coagido ou chantageado, o que torna o assunto ainda mais grave. Assim, exige-se:
– Uma tomada de posição imediata e firme do Conselho geral do Politécnico e do seu Presidente, caso contrário serão cúmplices e coniventes com a situação.
– Uma imediata tomada de posição dos Presidentes da federação distrital e da concelhia de Beja e do deputado eleito por Beja pelo Partido Socialista, pois trata-se de um saneamento profissional e político, feito a um vereador eleito pelo Partido Socialista.
– Tomada de posição da própria Câmara Municipal, pois trata-se de um actual vereador municipal, embora agora na oposição.
Pergunto-me, o que teria acontecido se o Vereador Velez fosse eleito pela CDU, quantos comunicados, quantos protestos, quantas manifestações já teriam sido feitas à porta do Politécnico? Provavelmente, o Presidente do IPB já se tinha demitido ou já teria sido demitido!
Tudo isto só demonstra e realça a situação muito preocupante que se vive em Beja, onde o seu Politécnico e a sua Presidência denotam grandes irresponsabilidade e fraqueza, as quais impossibilitam que seja encontrado, com êxito, o rumo certo e tão necessário para o IPB.
Vale a pena perguntar ainda:
– Quantos alunos tinha e quantos alunos tem o IPB, desde que esta Presidência tomou posse?
– Quantos processos (dezenas?) estão em Tribunal por despedimento de funcionários/professores do IPB, por não serem respeitadas as leis laborais?
– Quando se alega falta de meios financeiros para justificar a dispensa de docentes, então porque se promovem diversos professores, incluindo o próprio Presidente do IPB? Que ética? Qual a moralidade?
– Qual o grau de exagero das ligações do IPB a Instituições estrangeiras, com inúmeras viagens e outros custos associados pagos aos elementos participantes desde a Europa à América do Sul, de África aos Estados Unidos ?
– Qual a razão de tão fraca ligação, de quase desprezo, às instituições locais, algumas delas fundamentais no desenvolvimento da Região e do próprio IPB, nomeadamente a EDIA e o NERBE, entre outras?
Enfim, há uma manifesta falta de capacidade de captar e validar cursos de comprovado interesse para o IPB e para toda a região. Realço a área agrícola. A ligação ao regadio, à EDIA, às indústrias agro-pecuárias e alimentares, às associações de produtores Tudo muito fraco e insípido.
Estranhamente, surge a notícia da criação de uma Escola Profissional ligada à Agricultura, da responsabilidade de uma Associação de agricultores, a ACOS. Em meu entender, esta realidade, prejudicial ao IPB, só pode ser justificada pela incapacidade do IPB e dos seus responsáveis.
Há alguns dias, ouvi na rádio um alto dirigente do IPB dizer, com pompa e circunstância, que o facebook do IPB tinha muitas visualizações, como se isso fosse determinante e contribuísse para a vinda de mais alunos Infelizmente a realidade é bem outra. Ao invés, não ouvi qualquer preocupação quanto a novos projectos ou candidaturas estruturantes, essenciais para o futuro do IPB (exceptuando as novas e megalómanas instalações da ESTIG, tão exageradas quanto fonte de despesa). Ao que parece, desde 2008, apenas foi apresentada pelo IPB uma candidatura digna de registo ao QREN. Não serão estas candidaturas, estes projectos, bem mais importantes?
Face a tudo o que foi dito e ao estado em que se encontra o IPB, a atitude mais sensata do Conselho Geral do Politécnico e do Presidente do referido Conselho Geral, será a de pedirem a demissão do Presidente do IPB e de todo o seu “staf” dirigente.
Um abraço, até breve.
José Barriga