Opinião: Marcelo Guerreiro

Dar tempo à esperança.

Vivemos um tempo exigente e acelerado.

Precisamos de dar tempo ao tempo para que a esperança se possa concretizar.

As realidades são cada vez mais complexas e não dependem exclusivamente das nossas vontades individuais ou parceladas.

É claro que cada um pode e deve dar o seu contributo, como no caso da pandemia, com o uso da máscara, o distanciamento, a lavagem das mãos ou o ficar em casa sempre que possível.

A verdade é que podemos ter uma ambição para a nossa terra e temos, mas há soluções que têm de resultar cada vez mais de várias vontades.

Podemos ter necessidades que precisam de resposta, mas esta só surge em função do trabalho em rede.

É essa resposta em rede que nos tem permitido responder à pandemia, nos picos e nos momentos de maior acalmia.

Portugal precisa de apurar o seu sentido de comunidade de destinos, os desequilíbrios estruturais e resultantes da pandemia e de mobilizar uma renovada capacidade de concretização.

Continuaremos nos próximos meses a combater a Covid-19 e a concretizar a esperança em função da entrega das vacinas pelas farmacêuticas.

Precisamos de ter um pouco mais de paciência e compromisso com o combate à pandemia, mas também preparar o passo seguinte.

Ter capacidade para aproveitar com eficácia os recursos financeiros da Europa para responder aos problemas de sempre, às novas necessidades e aos desafios do futuro, sempre, mas sempre com as pessoas e os territórios no centro das decisões.

E já agora, também reforçar os mecanismos e as rotinas de trabalho em conjunto nos territórios, entre os diversos organismos do Estado, da freguesia ao Presidente da República.

Pode não haver respostas e serviços em todo o lado, mas têm de existir em algum sítio e poderem ser mobilizados para ajudar na minha aldeia, na minha rua ou àquela comunidade em situações previamente identificadas. Uma espécie de banco nacional de recursos de intervenção.

Temos de ser melhores, na alegria e na tristeza. É esse o casamento de confiança democrática que precisamos. Mais e melhor sintonia com as pessoas e com os territórios.

Por agora, haja saúde!

Marcelo Guerreiro

Presidente da Câmara Municipal de Ourique