Entrevista: Nuno Faustino

Entrevista: Nuno Faustino

Porco Alentejano atravessa bom momento

O Porco Alentejano tem presença marcada na Feira de Garvão 2017. O sector atravessa um bom momento mas enfrenta algumas ameaças, revela Nuno Faustino, presidente da Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA).

Qual a importância da Feira de Garvão para a fileira do Porco Alentejano?

Esta é sempre uma feira de referência para a promoção do Porco Alentejano. Na Feira de Garvão realizamos um leilão de reprodutores e um almoço convívio com os criadores. Aproveitamos sempre para fazer um balanço das atividades, sobretudo de montanheira, do último biénio.

Que análise faz aos últimos dois anos do sector?

O sector do Porco Alentejano em montanheira, nos últimos dois a três anos, tem estado muito bom. As produções têm sido muito bem remuneradas. Os criadores têm sentido o seu trabalho valorizado. A perspetiva é de que isso continue, apesar de existirem receios. Pelo ciclo reprodutivo do porco, pela facilidade de multiplicação que os animais têm, rapidamente se passa de défice para excesso de animais no mercado. Pelos controlos que existem acredito que o setor da montanheira vai manter-se em alta.

Os constrangimentos causados aos produtores no atual Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) têm condicionado o sector?

Sem dúvida. Há projetos cuja análise tem demorado demasiado tempo. Têm sido imensos os problemas que os investimentos têm atravessado, até pela falta de verba que o Estado alocou ao sector.

Depois, nos pequenos investimentos, o atual Governo limitou o acesso às ajudas. Por exemplo, um agricultor que tenha um volume de negócios superior a 50 mil euros ou que tenha recebido até 5 mil euros de ajudas diretas já não é elegível para os pequenos investimentos. Isto é ridículo. Existem necessidades mas as pessoas não conseguem reunir as condições de acesso às medidas.

No que diz respeito à abertura dos mercados externos, que esforços estão a ser desenvolvidos?

Eu sei que o Governo tem trabalhado nesse sentido. Nós também já alertamos para a necessidade de abrir novos mercados. Podem vir a existir problemas sérios até na exportação do Porco Alentejano para Espanha. Alguns mercados como a China, o México, os Estados Unidos, entre outros, são muito importantes para o sector do porco porque Espanha exporta muito para esses mercados e, como sabe, o nosso porco é exportado para Espanha para ser transformado lá.

Outro dos problemas que nos preocupa muito é o Plano de Controlo e Erradicação da Doença de Aujeszky (PCEDA). É uma questão sanitária. É um Plano obrigatório e que Portugal ainda não tem aprovado em Bruxelas. Espanha já está numa fase muito avançada de erradicação da doença.

Se não tivermos rapidamente um Plano aprovado em Bruxelas, é a morte do Porco Alentejano de montanheira. Se não tivermos o Plano, o Porco Alentejano não vai poder ir para Espanha nem para abate.

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