A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Beja tem uma nova liderança. Na sequência do recente ato eleitoral, Teresa Isabel Gonçalves Figueira Carapeto, representante do Instituto da Segurança Social, foi eleita presidente da CPCJ, assumindo agora a responsabilidade de coordenar o trabalho desta importante estrutura de defesa dos direitos das crianças e jovens do concelho.
Num contexto em que os casos de negligência, violência doméstica e absentismo escolar continuam a preocupar as entidades de proteção, a nova presidente sublinha a importância do trabalho em rede, da prevenção e da intervenção precoce junto das famílias e da comunidade.
A Rádio Pax conversou com Teresa Carapeto, que falou sobre os desafios deste novo mandato, as prioridades da comissão e a realidade atual das crianças e jovens no concelho de Beja.
O que representa para si assumir a presidência da CPCJ de Beja?
Assumir a Presidência da CPCJ de Beja gera sentimento de grande responsabilidade, satisfação pela gratificação de contribuir para o bem-estar das crianças e jovens, mas também o reconhecimento de algumas dificuldades neste caminho.
Quais são as suas principais prioridades para este novo mandato?
As minhas principais prioridades, que são igualmente as prioridades de todos os comissários que compõem a CPCJ de Beja, são sobretudo , a primeira prioridade é a defesa dos direitos das crianças e jovens, promovendo a sua proteção; a segunda prioridade tem a ver com a prevenção e intervenção, ou seja, a CPCJ atua para prevenir ou pôr fim a situações que afetam o desenvolvimento das crianças e jovens e a terceira prioridade é o trabalho em Rede, esta missão é uma causa nobre e requer a participação ativa e o empenho de todos os agentes que intervém nesta área e na comunidade.
Quais são atualmente os principais problemas que chegam à CPCJ de Beja?
As problemáticas com maior incidência na CPCJ de Beja são a violência doméstica, a negligência e o abandono/absentismo escolar.
O número de casos acompanhados tem aumentado nos últimos anos?
Sim, têm vindo a aumentar. Este aumento deve-se a uma maior comunicação de situações de perigo , um aumento de comportamentos de risco na infância e juventude e uma maior complexidade nos casos que exigem acompanhamento e medidas de proteção , muitas vezes relacionadas com violência doméstica e negligência parental.
A CPCJ de Beja dispõe dos meios humanos e técnicos necessários para responder às necessidades atuais?
A CPCJ de Beja dispõe de meios humanos e técnicos para desenvolver a sua ação. Contudo, é fundamental estimular a capacidade de atuar em Rede e desenvolver projetos de prevenção.
Que medidas considera essenciais para melhorar a capacidade de resposta da comissão?
A capacidade de resposta da comissão é muito positiva, no entanto podemos melhorar, essa melhoria poderá passar por uma intervenção mais profunda e consistente com as famílias nas entidades de primeira linha. Isto porque cada entidade deve assumir a sua responsabilidade, tendo em conta a sua área de intervenção, para que possamos intervir com as crianças e famílias numa dimensão sistémica.
Que mensagem gostaria de deixar às famílias e à comunidade bejense sobre o papel da CPCJ?
Dizer às famílias e à comunidade bejense que a CPCJ de Beja continuará a trabalhar em prol do superior interesse das crianças/jovens do concelho, sempre como um aliado das famílias, na certeza que com o empenho de todas as entidades, será mais fácil superar os desafios.