A Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja (EMAS) anuncia que está a ultimar, “com carácter de urgência”, a contratação de um empréstimo de médio e longo prazo no valor de 2,5 milhões de euros.
Em causa estão, segundo a empresa, o pagamento de vários empréstimos de curto prazo contraídos de forma sucessiva nos últimos dois anos, pela anterior administração, “sem uma previsão relativamente à forma como seriam liquidados, nem uma expectativa sólida quanto ao acesso a financiamentos comunitários”.
Acrescem ainda “elevados valores de facturação que foram e estão a ser apresentados por diversos empreiteiros, empresas de fiscalização, entre outros”, adianta a EMAS.
Numa nota envaida às redacções, a actual administração fala mesmo em “rotura completa de tesouraria, criando uma situação insustentável para muitos empreiteiros, prestadores de serviços, fornecedores e também para a própria empresa pela pressão que causa sobre os serviços”.
Rui Marreiros, administrador executivo da EMAS, não esconde as suas preocupações.
O empréstimo de 2,5 milhões de euros vai permitir solucionar estes problemas a curto prazo. Rui Marreiros receia “outras situações complicadas” na EMAS.
Os vereadores da CDU na Câmara de Beja já vieram a publico dizer que “não corresponde à verdade que em Junho de 2017 a tesouraria da EMAS tenha entrado em rotura. Os pagamentos a fornecedores, incluindo fornecedores de investimento, estavam a decorrer dentro dos prazos definidos para o efeito”.
Numa nota de imprensa enviada às redacções, os eleitos comunistas adiantam que a estratégia adoptada pelo executivo PS entre 2010 e 2013, “penalizou directamente a EMAS em mais de 300 mil euros, que surgem de juros de mora e de juros financeiros pelo não pagamento atempado de facturação à AgdA [Águas Públicas do Alentejo]”.
E acrescentam “no que respeita ao acordo de pagamento herdado da gestão PS é de salientar que o mesmo apresentava condições financeiras bastante penalizadoras para a EMAS, tendo o anterior executivo CDU transferido o mesmo para uma entidade bancária, com condições bastante mais favoráveis para a EMAS”.
Os eleitos da CDU anunciam a aprovação em Setembro passado de um empréstimo de médio e longo prazo, no valor total de 2,5 milhões de euros, “verba essa que serviria para amortizar o empréstimo de curto prazo, bem como para reforço de tesouraria, por forma a garantir o pagamento atempado aos empreiteiros”.
A estratégia adoptada permitiu, “de forma ponderada e responsável, resolver e não acumular mais dívida à AgdA, não aumentar as tarifas da água sobretudo num momento particularmente difícil para o país e para as famílias, e simultaneamente lançar mão a um conjunto de investimentos um pouco por todo o concelho, em benefício claro das populações (…), concluem”.
Victor Picado, vereador da CDU enaltece os investimentos feitos e lamenta o que diz ser a estratégia de “vitimização” do PS.