O processo, liderado pela Câmara de Vidigueira, está a despertar o interesse de vários municípios do Alentejo.
“Até alguns [municípios] que não têm a tradição do Vinho da Talha começam a acoplar uma nova vertente que tem a ver com o facto de nos seus territórios existirem ruínas romanas”, frisou Manuel Narra.
O autarca acredita que os territórios que possuam vestígios da ocupação romana vão juntar-se à Vidigueira para “apostarem nesta candidatura como uma alavanca muito forte para as suas economias”.
Manuel Narra teme que uma eventual “massificação” deste produto no mercado venha a “desvirtuar o produto natural”. É necessário, em seu entender, salvaguardar este património perante a ameaça de “industrialização” do Vinho da Talha.
O presidente da Câmara de Vidigueira falava aos jornalistas no início do III Fórum Antão Vaz subordinado ao tema “Vinhos da Talha Os novos desafios dos vinhos naturais face aos vinhos modernos”. Nos trabalhos participaram vários especialistas e produtores.
Virgílio Loureiro, Professor associado do Instituto Superior de Agronomia considera o Vinho da Talha “um pilar da civilização mediterrânica”. O docente aposentado lembrou que o Alentejo “resistiu à moda que veio da América” pois “no final dos anos 90 o vinho passou a ser tinto”.
“Os alentejanos continuam a respeitar a memória dos romanos” quando produzem vinhos brancos, acrescenta.
Para Virgílio Loureiro este é um património que se está a “perder a olhos vistos” e que importa salvaguardar.