Bom dia, estimados amigos e ouvintes da Rádio Pax:
O tema da minha reflexão de hoje versa sobre as contradições a que assistimos diariamente e que causam alguma perplexão e dão que pensar;
Anda toda a gente a queixar-se e é verdade, que o custo de vida é elevadíssimo, que os combustíveis estão caríssimos, etc. etc. que os meses cada vez são mais compridos e que dinheiro não estica e todo um rol de queixumes, próprios de casa onde não há pão, onde todos ralham, mas ninguém tem razão!
Vamos para a estrada e o que vemos? Vemos vias cheias de automóveis, como se os mesmos andassem movidos só a ar e sem que os seus condutores evidenciem qualquer sintoma de poupança: Olhando para os transportes públicos, verifica-se muitas vezes que sua utilização é preterida em favor dos transportes particulares: Não se vê ninguém com a preocupação de eliminar o supérfluo ou os vícios, antes pelo contrário, pensando-se que não hão de vir dias piores: Oxalá que assim seja!
Os ordenados e as reformas não aumentam significativamente, dizem-nos, porque não há posses para tal: Não se faz esta reparação ou obra ou porque não há verba ou porque a mesma não está cabimentada. O tão falado aeroporto em substituição do saturado de Lisboa, têm consumido desde sempre, e continuará a consumir, verbas astronómicas em estudos e projetos e ainda não conseguiu sair da discussão política. Cada vez que há uma comemoração, disto ou daquilo, são gastos rios de dinheiro em “apitos e flautas” como diz o povo. Eu não quero ser miserabilista ou profeta da desgraça, mas julgo que não ficava mal aos governantes descerem ao país real, para comungar e aperceberem-se das dificuldades do dia a dia , por que passam as famílias, os jovens, os reformados, os pequenos e médios empresários e todos aqueles que vivem com baixos rendimentos. É tempo de acabar com ostentações bacocas e procurar formas de vida e estar, que sejam verdadeiros exemplos para quem é governado.
Convém lembrar que há pessoas a viver no limiar da pobreza, que há muitos idosos cujas reformas não lhes permitem viver os seus últimos dias com dignidade: No outro lado da moeda, há gente a assobiar para o lado, como se não houvesse amanhã, com ordenados milionários, reformas principescas, malbaratando autênticas fortunas em proveito próprio, em autêntico desprezo pelo seu semelhante. Certo político exclamou um dia perante uma assembleia de apoiantes: Não perguntem o que é que o país pode fazer por vós; Interroguem-se antes, o que é que vós podeis fazer para que haja um país melhor! Aplica-se hoje e aqui a exclamação do político: Acho que é altura de pôr a mão nas nossas consciências!
Sabe-se que as contradições em que vivemos, não acabam, mas seria importante que cada um de nós pensasse e colaborasse na forma de deixar um país melhor e mais digno, onde a justiça social andasse de mão dada com o progresso e não fosse uma miragem ou um termo sem sentido.
E por hoje é tudo; Enviando para todos, aquele abraço, despeço-me com amizade.
Joaquim Estevens
Empresário