Jorge Pulido Valente: Uma “Task Force” da sociedade civil para o Baixo Alentejo

Há muita coisa a acontecer no Baixo Alentejo e muita coisa se espera que venha a acontecer nos próximos tempos.

Porém, apesar desta dinâmica ser à partida positiva, não quer dizer que os resultados finais o sejam.

Tudo vai depender, do meu ponto de vista, da capacidade que tenhamos na região de bem planear, de definir e concretizar boas e eficazes políticas públicas e de garantir uma eficiente gestão dos recursos disponíveis, sejam eles naturais, financeiros, organizacionais ou humanos.

As câmaras municipais, a comunidade intermunicipal e os serviços desconcentrados da administração central têm aqui, obviamente, um papel fundamental a desempenhar, mas, da avaliação que faço, considero que estão demasiado condicionadas e constrangidas quer por razões políticas/partidárias quer por outras limitações de vária ordem (liderança, financeiras, legais, institucionais, etc) e falta de meios, não estando, por isso, preparadas para enfrentar os exigentes e complexos desafios que temos pela frente.

Há demasiados problemas estruturais e conjunturais, demasiadas soluções identificadas para os mesmos, demasiadas pontas soltas, muita descoordenação e dispersão e, também, demasiada inércia que fazem com que se arrastem há demasiado tempo sem fim à vista.

Dada a incapacidade de liderança das instituições públicas e dos partidos, esta situação de impasse só poderá ser ultrapassada, a meu ver, se a sociedade civil, criar, com base exclusivamente em critérios de mérito (competência, conhecimento, pensamento e experiência), uma “task force” que reúna um conjunto de líderes regionais com provas dadas, reconhecidos pelo seu pensamento e pela sua acção nas mais diversas áreas e, sobretudo, com capacidade para motivar, envolver e agregar todas as pessoas disponíveis para participar no processo de desenvolvimento da região.

Jorge Pulido Valente

Técnico Superior na CM de Mértola na área do Planeamento e Desenvolvimento