José Damião: As decisões de Rui Rio

Estamos perto do Natal e já cheira a convívio familiar e a rabanadas, mas o facto é que no rescaldo do 39º Congresso do PSD temos de olhar para a mensagem deixada aos portugueses. A mensagem que saiu de Santa Maria da Feira no dia 19 de dezembro é que estamos todos unidos em torno do líder e de forma clara e inequívoca ratificámos a estratégia global definida por Rui Rio para o partido e para as próximas eleições legislativas.

No próximo dia 30 de janeiro vamos ter eleições, vamos votar para escolher os deputados da nação e apesar de muito já se ter dito acerca das configurações de governação possíveis, penso que o PSD deve sem pudor pedir aos portugueses uma maioria estável. Sendo esta a única forma que possibilita um governo de conseguir colocar em marcha um conjunto de reformas, que a meu ver neste momento se revelam essenciais para Portugal.

Todos ouvimos o discurso de Rui Rio, agora faz falta passar das palavras ao programa eleitoral para esclarecer os portugueses acerca do que se propõe fazer se for governo. Dou o seguinte exemplo, um presidente de um partido, que já durante a sua liderança em 2019 votou favoravelmente na especialidade, a devolução do tempo de serviço dos professores para efeitos de progressão na carreira, votando contra na votação global, não pode vir agora alegremente e sem argumentos fortes afirmar que é necessário valorizar a carreira docente. Quem é docente não acredita nestas promessas, porque é necessário explicar o que se pretende fazer e como, não basta dizer apenas que se quer fazer. Essa é a marca de governação deixada pelo Partido Socialista, dizer que faz e depois esperar que essa medida ou proposta caia no esquecimento, suplantada por outros factos políticos. Todos sabemos que os eleitores preferem o original à aproximação.

O que sei é que a partir de agora Rui Rio tem um trabalho difícil em mãos, tem um mês para fazer e explicar o seu programa de governo se quer ter a maioria da sociedade portuguesa do seu lado na execução das reformas que todos reconhecemos que são necessárias.

José Damião

Vice-Presidente da Comissão Política Distrital de Beja do PSD