Cumprimentar como sempre os ouvintes e colaboradores da Rádio PAX, nestes tempos difíceis mas sempre admiráveis que nos foram dados viver.
E sempre ainda mais admiráveis em tempo de eleições com os admiráveis Debates e, nos dias de hoje com os inefáveis Comentadores e Comentadoras sempre a testar os limites do contorcionismo do corpo humano, fazendo-nos muitas vezes duvidar da sua condição de vertebrados.
Um dos temas que mais polémica tem causado, daqueles poucos que têm escapado à agenda do Chega, têm sido os Impostos e a chamada “Flat Tax”, ou seja a taxa plana apresentada por alguma direita, em que progressivamente e tendencialmente conduziria ao pagamento de uma taxa fixa sobre todos os rendimentos de 15% com eliminação de todas as deduções para todos os contribuintes. Independentemente da bondade ou maldade desta proposta, na sua proverbial verborreiaAntónio Costa e toda a esquerda acusam os seus proponentes de quererem por o banqueiro a pagar os mesmos impostos que o canalizador, julgo terem sido estas as figuras utilizadas para caricaturar e apoucar a medida. Sem querer armar-me em especialista na área e não querendo entrar em territórios que não domino, quero aqui apenas registar a incongruência daqueles que se indignam com o facto de o tal banqueiro seja sujeito à mesma taxa de impostos que o canalizador são exatamente os mesmos que lutam para que o primeiro pague o mesmo pelos seus cuidados de saúde que o segundo, ou os filhos de ambos paguem o mesmo pelo manuais escolares e até pela sua educação. Aqueles que nas duas últimas legislaturas submeteram os portugueses à maior carga de impostos da nossa democracia, com os requintes de malvadez de diminuir alguns impostos directos aumentando os indirectos, penalizando assim ainda mais as classes baixas, e agravando o fosso social, mas como dizia o outro digam-me coisas novas… Para não falar de outra bandeira da esquerda mais sofisticada, passe o pleonasmo, que é o rendimento básico incondicional, que só funcionou em países socialistas com economias prósperas, ou seja em lado nenhum.
Para tranquilizar a restante minoria dos portugueses, os ainda não socialistas, proclama-se o maior crescimento de sempre da nossa economia, acima dos 7%, esquecendo-se que vem depois da maior queda de sempre da mesma, e é o menor de toda a união europeia se exceptuarmos o Espanhol, “lesbeauxe sprits se rencontrent”.
Uma boa semana a todos os ouvintes e colaboradores da Rádio PAX, com muita Saúde. Continuo sem saber seisto vai mesmo passar…
Luis D’Argent
Engenheiro agrónomo