Aproxima-se rapidamente o dia 30 de Janeiro de 2022.
Será um dia importante, não por ser um dia de eleições, mas sim por ser o tal dia.
Um dia que se desenrola numa época má.
Em todos os sentidos. Mas especialmente porque se prevê que nessa altura, registaremos 100.000 casos diários de novos contagiados.
E que hoje quem têm o poder de decidir parece uma barata tonta para escolher o método a utilizar que permita ao expectável um milhão de confinados, possa exercer o seu direito de escolher quem quer para governar o País.
As campanhas eleitorais terão de se reinventar, na forma como a mensagem chega aos eleitores, embora os programas eleitorais seja mais do mesmo, com uma oferta de propostas, que na maioria dos casos, só são propostas porque quem as propõe sabe de antemão que não são realizáveis. Se houvesse um pequeno vislumbre da possibilidade destes partidos chegarem a governar, estas propostas jamais ganhariam essa forma. A forma de ser proposta eleitoral.
Daquilo que tenho ouvido, há uma que sobressai mais que as outras, e me desperta a atenção.
António Costa garante que se ganhar e cumprir a legislatura, (claramente a acenar a uma maioria absoluta), o salário mínimo nacional atingirá em 2026 o valor de 900€/mês. Neste cenário, que me deixa entusiasmado por um lado, mas curioso por outro, pois não ouvi se esta subida do salário mínimo nacional vai obrigatoriamente empurrar o salário médio para cima, garantindo assim a diferenciação salarial face à responsabilidade do desempenho associado à formação académica que, muito bem, temos proporcionado aos jovens do nosso País.
Porque a não ser assim, assistiremos ao engolir das diferenciações salariais, que traduziam a responsabilidade das funções exercidas, para assistirmos à massificação da base salarial mínima, o que implicará a desresponsabilização da franja intermédia das carreiras, já que não são devidamente reconhecidos na vertente salarial.
Estas eleições são fundamentais para o País.
Numa década onde se unem dois programas de acesso a fundos europeus, que podem modificar, para melhor o nosso País, as indecisões e os constrangimentos, criados de forma artificial, uma crise governativa assente num bluff politico com consequências ainda não quantificadas, ou criadas de forma natural através da disseminação da pandemia com uma variante extremamente contagiosa, que aligeirada com a proteção vacinal, não deixa de atirar para confinamento quase um milhão de pessoas, a fazer fé nas palavras dos especialistas que se pronunciam quase diariamente sobre a matéria.
E é neste cenário que teremos de escolher, e é neste cenário que a incerteza do resultado cresce ainda mais, e é neste cenário que cada um de nós indo votar, damos o nosso contributo para o futuro do nosso País.
Mas também é neste cenário, que quem tiver assento no Parlamento têm a responsabilidade de encontrar as alternativas para garantir a estabilidade que o País precisa. Que têm a obrigação de arranjar soluções governativas, á esquerda, á direita, ao centro, seja de que forma for, mas que encontrem o entendimento que garanta ao País que não perde as oportunidades que a Europa nos está a disponibilizar.
Dia 30, os portugueses irão cumprir a sua obrigação, votando.
A partir de dia 31 os senhores eleitos cumpram com a vossa, governando, bem de preferência.
Manuel Luís Narra
Vereador Independente na Câmara Municipal de Vidigueira