O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aconselhou hoje novos pilotos-aviadores da Força Aérea Portuguesa (FAP) a pensarem “mil vezes” quando os tentarem atrair para fora deste ramo militar, argumentando que o país os tentará reter.
“Pensai sempre, mas sempre, uma vez, duas vezes, três vezes, mil vezes quando a tentação de vos atraírem para outros caminhos quiser dizer ‘voar’ fora da casa que vos formou”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado, que discursava numa cerimónia realizada hoje na Base Aérea n.º 11 de Beja (BA11), em que nove militares da FAP receberam as asas de piloto-aviador, afiançou que o país tentará tudo para que estes militares permaneçam neste ramo militar.
“Nós tentaremos o quase impossível para vos prendermos, para cuidarmos mais, muito mais, de vós. Mas vós sabeis que uma vez militar, uma vez Força Aérea, uma vez piloto da Força Aérea, sempre militar, sempre Força Aérea, sempre piloto da Força Aérea”, afirmou.
A sessão que decorreu hoje na BA11, em que esteve também presente o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Cartaxo Alves, foi a primeira cerimónia de brevetamento de novos pilotos-aviadores a que Marcelo Rebelo de Sousa assistiu enquanto Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas.
Segundo o chefe de Estado, tratou-se de uma “dia grande” para os novos pilotos, as suas famílias e a própria Força Aérea, que se quer “viva, de vanguarda, a pensar no futuro, a pensar nas pessoas concretas, de carne e osso, que são os portugueses”.
Num discurso marcado por inúmeras frases de motivação dirigidas aos novos pilotos-aviadores, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou também estes noves militares que irão viver novos desafios geopolíticos, estratégicos, científicos, tecnológicos, de segurança e de defesa, do Estado de Direito e de democracia.
“O vosso mundo vai viver momentos de persistência e de generosidade, de idealismo e de realismo, de entusiasmo e de frustração, de sonho e de realizações”, alertou, pedindo aos militares para serem “sempre aprendizes” para poderem ser “mestres”, para serem “sempre livres” para poderem ser “solidários”.
A atribuição das asas de piloto-aviador marca a transição entre o período de formação e o início da atividade operacional, segundo a FAP, que realçou que se trata de um “momento de extremo significado para a carreira dos militares” desta especialidade.
Rádio Pax / Lusa