Quando falamos de aeroportos e de aeronáutica em geral (e, ultimamente, tem-se falado muito), é fundamental perceber as escalas envolvidas.
O A320, um dos aviões mais comuns, custa em torno de 80 milhões de euros cada. O avião de passageiros mais caro é o Airbus A380, que custa, à unidade, 400 milhões de euros.
O aeroporto de Beja, que resultou do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, custou 30 milhões de euros. Repito: 30 milhões de euros. Estão a ver a escala?
Sim, o Aeroporto de Beja é o mais barato do Mundo!
Sim, mesmo que nunca venha a ser alternativa ao Aeroporto de Lisboa e que apenas potencie outras valências, será sempre um bom investimento, com um custo-benefício imbatível.
E, claro que sim, o Aeroporto de Beja seria uma referência mundial em “como promover o desenvolvimento sem derreter a prata toda dos avós”, caso o nosso Governo decidisse, atempadamente, investir em acessibilidades à escala das necessidades da região.
É tudo, pois, uma questão de escala. Neste caso, a escala da nossa visão e, claro, da vontade política para a concretizar.
A visão de integração plena do Baixo Alentejo no grande Sudoeste Ibérico, um território com enorme potencial, que se estende de Portugal a Espanha, do Atlântico ao Mediterrâneo.
A vontade política, ou a falta dela, de desenvolver um eixo rodoviário e ferroviário Sines-Sevilha, com o Aeroporto de Beja no centro, em articulação estreita com o Governo espanhol.
Com esperança na realização desta visão me despeço. Ainda que já com a escala do meu “esperançometro” no amarelo, a caminho do alaranjado…
Um abraço, do tamanho do Alentejo, para o auditório da rádio Pax
Marcos Aguiar
Técnico Superior da Câmara Municipal de Aljustrel