Nuno Palma Ferro: Ou se ganha ou se perde!

Quando somos crianças e começamos a brincar: ao “mata”, ao “berlinde”, às “escondidas”, agora até na “playstation”, há um conceito que apreendemos desde muito cedo: ou se ganha, ou se perde. Até no futebol, e por consequência no totobola, existe o empate (X), sendo que no fim apenas há um campeão. Este entendimento é algo que é basilar no nosso crescimento e que quando usado favoravelmente, aumenta as nossas ambições, convicções e metodologias. A deturpação conceptual da vitória e da derrota é algo que ainda me faz muitíssima confusão. A politíca, os comentadores políticos e até a imprensa encaram hoje com normalidade, que quem ganha umas eleições legislativas, pode não ser primeiro-ministro. Se é possível? Claro! Se favorece o aparecimento de extremismos, o alheamento da população em relação à politica e um maior desgoverno nas necessárias reformas que têm de ser feitas neste país? Pois não tenham quaisquer dúvidas. Quiseram as eleições de 26 de Setembro que o aparecimento do Beja Consegue recriasse a extinção das maiorias absolutas, o que causou uma intensa jornada de negociações (que apenas está no início) e que alterou estruturalmente a forma como os mecanismos de decisão funcionam. Tentámos ser coerentes e respeitar a vontade do eleitorado. Não apenas na forma como tentámos representar em quem em nós votou, mas também de permitir a quem venceu as variadas eleições que exerça a sua vitória: 1) Na Assembleia Municipal, um feito notável foi conseguido com uma mesa tripartida que acho que deve orgulhar e parabenizar todos os envolvidos. Sendo que a presidência pertence ao partido mais votado (PS). 2) Nas Juntas de Freguesia, o Beja Consegue foi o grande viabilizador da formação de executivos. Viabilizámos o vencedor na União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista (CDU), assim como o vencedor da União de Freguesias de Salvador e Santa Maria (PS). 3) Na Câmara Municipal, a minha postura como vereador é bastante simples. Toda e qualquer proposta que traga benefícios a Beja terá maioria, seja ela proposta pelo Partido Socialista ou pelo Partido Comunista. Acreditando que o mesmo acontecerá quando o Beja Consegue propuser as suas ideias. Existem dois caminhos: votar contra tudo e sermos uma força de oposição e estranguladores de mecanismos de decisão, ou viabilizarmos o que temos de viabilizar e votarmos contra o que não concordarmos. Se politicamente perdemos com isto? Talvez. Mas durante toda a campanha política eu repetia de forma constante as palavras: “Beja, Beja e… Beja!”. É só isso que me importa! Posso não decidir sempre bem, mas decidirei sempre com a consciência e convicção que Beja vai conseguir! As eleições ganham-se com votos e para ganharmos, teremos que ser a força política mais votada. Quando assim não for, temos que ter a consciência de que mais do que hipotéticas vitórias políticas, seja o concelho, seja o país, não só não podem parar, como têm de crescer. De outra forma, Beja não vai conseguir e Portugal… também não!

Nuno Palma Ferro

Professor