Saúde, Educação e Economia em tempos de Covid
Portugal está de novo em confinamento. O motivo é muito simples, os números da pandemia não estão fáceis de controlar e o governo não encontrou outra solução…
A matemática da vida diz-nos que é difícil equilibrar Educação com Saúde e Economia. Asaúde depende do que se passa nas escolas,(jovens, professores, funcionários, pais…), mas depende em muito do que se passa nas empresas (onde se gera a riqueza que permitedar a educação aos nossos filhos).
Qual o papel da escola neste filme de suspense, em que todos conhecem o ator principal e ninguém quer contracenar com ele? Seguramente, a escola é o melhor sítio para que todos aprendam e pratiquem a verdadeira liberdade, no respeito que todos merecemos e a todos devemos. Por isso devemos ou não encerrar as escolas? A engrenagem em que o ensino, apesar de Bolonha, está envolvido, desaconselha vivamente que se façam interrupções, ainda que seja para alterar o modelo de aprendizagem mas há uma pandemia que é preciso controlar.
Duas questões se levantam:
- A importância da escola para a pandemia
- Fecha-se porque é o sítio onde a exposição ao risco é maior,
ou,
- insistimos para que esteja a funcionar normalmente, e sirva de válvula de escape, para que o sistema não rebente?
- As consequências da pandemia no ensino
- Ter alunos e professores, em alternância, ora agora estás tu em isolamento profilático, ora agora estou eu, (equidade no ensino é a última preocupação),
Ou,
- Ensino a distância, porque já aprendemos no ano letivo anterior queaté pode funcionar, embora com alguns problemas, de falta de equipamento nas escolas, nas famílias, etc…
Importa decidir entre 1) lidar com a pandemia na rua/escola e ganhar imunidade, à nossa custa, como número de infetados descontrolado ou 2) recuar até casa e aguardar que a imunidade de grupo se vá construindo por si própria, com alguns problemas de equidade no acesso às Tecnologias de Informação?
Esta discussão é perfeitamente desfasada no tempo. O tempo de tomar esta e outras decisões foi ontem. E nestas matérias Tempo é Dinheiro e é Vida. As decisões que agora foram tomadas, são fruto de pressões, ora do lado da economia, ora do lado da saúde ora do lado da educação. Este é um triangulo muito difícil de organizar e será sempre impossível agradar a todos, talvez seja bom definir prioridades, em rigor planear.
Fernanda Pereira
Professora no Instituto Politécnico de Beja