Beja acolhe, protege, promove e integra?
Neste mundo global, a dimensão internacional apresenta-se como uma realidade inquestionável. A chegada e o contributo de centenas de jovens internacionais que estudam no IPBeja e dos muitos trabalhadores estrangeiros que trabalham na região é uma oportunidade que se revela em benefício do nosso território e dos agentes locais.
Temos reforçado a oferta de alojamento, em colaboração com vários parceiros, como a Câmara Municipal, a Casa do Estudante ou a UF de Trigaches e S. Brissos. Frequentam hoje os nossos cursos 635 alunos estrangeiros, de 30 nacionalidades.
Quando nos propomos acolher estes novos residentes anunciamos a grandeza, a proximidade e a alma das nossas gentes, mas também assumimos uma responsabilidade adicional.
Como referia o Papa Francisco, no Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, 2018, é preciso “acolher, proteger, promover e integrar”.
Tem sido Beja capaz de responder ao significativo aumento de estrangeiros que tem recebido?
Globalmente, acho que tem havido uma resposta positiva a este exigente desafio, muito por força do trabalho realizado pelas várias entidades locais.
É inegável que o cenário urbano e humano mudou nos últimos anos e que há mais vida, mais jovens e mais movimento na cidade.
Existem problemas e trabalho a fazer? Certamente que sim.
Em tempos de pandemia e confinamento, olhemos de forma particular para os que estão num país que não é o seu, com uma língua que não dominam, longe da família e, muitas vezes, coabitando sem as condições mínimas exigíveis.
Ideologicamente de esquerda, de direita ou do centro, saibamos responder com prontidão, inteligência e generosidade, sublinhando a dignidade de cada pessoa.
Cabe-nos o dever de manter uma atuação coerente e atenta, capaz de colaborar, alertar ou denunciar, conforme a situação e o momento, sempre na defesa intransigente contra o populismo e a demagogia.
João Paulo Trindade
Presidente do Instituto Politécnico de Beja