Opinião: Jorge Barnabé

BAIXO ALENTEJO, REGIÃO DE FUTURO 

Segundo uma publicação do Jornal de Notícias de ontem, revelando dados de 2018 do INE, o Baixo Alentejo surge como a região mais produtiva de Portugal, contribuindo significativamente para o impacto no PIB nacional.

Este dado, para o qual temos chamado à atenção em diversas ocasiões nas intervenções do Observatório do Baixo Alentejo, é a fundamentação que importa valorizar na afirmação de uma região positiva e com potencial para crescer ainda mais.

Acreditamos que o nosso território reúne as competências e as oportunidades necessárias para se destacar ainda como a mais importante região em contributo económico, sobretudo porque esta capacidade produtiva do Baixo Alentejo é assente, em grande percentagem, num valor económico de exportação acima da média. 

Mas há também uma leitura negativa destas estatísticas: somos a região onde a disparidade entre a capacidade produtiva e o rendimento per capita do PIB mais se acentua. 

O que quer dizer que apesar de reunirmos grande competência produtiva, de contribuirmos significativamente para o crescimento económico nacional e para as exportações, somos ainda assim insuficientes na distribuição dessa riqueza, concentrando em áreas especificas o volume produtivo, como são os casos do Porto de Sines, das minas de Aljustrel e de Castro Verde e de parte do agronegócio do Alqueva e do regadio. 

Ora, estas leituras que nos animam o orgulho e não nos derrotam na esperança, reforçam ainda mais a ideia que o Observatório do Baixo Alentejo tem afirmado da necessidade de se apostar em primeiro lugar nas pessoas, na coesão do território e no desenvolvimento de investimentos públicos e privados em todo o território, vencendo não só o isolamento, mas sobretudo afirmando e potenciando nesses concelhos a capacidade de gerar mais e melhor valor económico. 

Se entendermos que aquilo que conduziu a estes resultados positivos foram as apostas em áreas de negócio diversificado através do investimento público em Sines, no Alqueva e nas Minas, conseguiremos reconhecer com facilidade que outros investimentos que se alavanquem noutros concelhos poderão igualmente vir a reforçar a competitividade económica da região e do país e criar soluções de coesão económica e social.

Quero com esta crónica relevar dois aspetos que considero importantes: temos uma região competente de que nos devemos orgulhar, mas temos também a responsabilidade de defendê-la e de projetá-la numa visão global que sirva os interesses de todo o território e todos os cidadãos, sem exceção.