Agradecendo o convite da Pax para esta crónica de opinião, gostaria de dividir este tempo em dois temas, que me parecem pertinentes e atempados.
O primeiro, o PRR, para quem não sabe o Plano de Recuperação e Resiliência, que pretende destacar no aproveitamento dos fundos da denominada “Bazuca Financeira” o interior do país, deixa muito aquém das necessidades e das expetativas o nosso Baixo Alentejo. Se por um lado ficamos satisfeitos com os anunciados investimentos no IP8, na Ferrovia, nalguns projetos regionais, e também satisfeitos com a inclusão da Habitação neste plano, pela primeira vez obtendo financiamento, ficamos desiludidos com o que não se inclui, pelo menos à vista.
Não está o IP8 de Beja a Ficalho, nem está o IC 27, que liga o Alentejo ao Algarve pelo interior, nem estão dezenas de quilómetros de estradas nacionais que estão em péssimo estado. Nem estão as necessidades da conetividade digital 5G, nem as melhorias na cobertura da rede móvel. Não se comenta grande coisa sobre o Aeroporto de Beja, e sobre muitas outras coisas que deveriam figurar num Plano de Recuperação do interior, e que pretende igualmente tornar-nos regiões mais resilientes. Mantenho expetativa na inclusão dos projetos e necessidades principais, pois sei que as câmaras, que a Comunidade Intermunicipal, que algumas entidades da região, têm feito chegar aos responsáveis essas ambições dos baixo alentejanos. Quantas mais vozes e documentos chegarem a reivindicar o que sabemos fazer falta para o nosso desenvolvimento e ambição de melhor futuro, melhor, e mais hipóteses teremos de criar algum “lobbie”, algum eco, que “auxilie” quem é responsável pela execução desta estratégia. Incito todos os que me ouvem a fazer isso neste período de participação pública, e não deixar apenas nas mãos dos outros, pois juntos seremos mais fortes!
Em segundo tema, e sobre o Plano de Vacinação aprovado e a decorrer no nosso país, dizer que em lugar de estarmos críticos, devemos estar gratos. O plano de vacinação traça prioridades na vacinação, aceites por todos os responsáveis, e está a ser seguido. Obviamente há casos pontuais que não devem fazer a regra, de pessoas que se antecipam ilegalmente na vacinação, mas que devem ser investigados e penalizados. Pode haver esquecimentos de incluir alguém nas listas, ou outro tipo de situações pontuais, que havendo contatos com a Saúde Pública certamente se resolvem.
Mas a minha gratidão tem a ver com o trabalho abnegado e empenhado dos profissionais de saúde, e dos vários responsáveis regionais e nacionais, que diariamente cumprem o plano, vacinam centenas de pessoas, ao ritmo da disponibilidade das vacinas, e que estão preparados e disponíveis para ainda aumentar esse ritmo de trabalho caso a disponibilização de vacinas seja mais rápida. Pessoas que não olham ao trabalho a mais, e cujo objetivo principal é livrar-nos todos o mais rápido possível desta doença, por forma a que retornemos à liberdade e à vida que estávamos habituados. Pela minha parte muito agradeço a todas estas pessoas. Bem hajam!
Jorge Rosa
Presidente do município de Mértola