Ainda não passou, mas é tempo de dizer obrigado!
Vivemos tempos difíceis e excecionais.
Nunca ninguém em Democracia passou por aquilo que passamos neste último ano.
Não passaram os serviços públicos e não passaram as pessoas e as diversas organizações e projetos das comunidades.
Neste tempo frágil, volátil e esguio, em que as redes sociais, a desinformação e o facilitismo na crítica ditam muitas vezes a lei, é fácil não se dar o devido valor ao esforço, ao trabalho e às soluções que são concretizadas.
É fácil falar, é muito mais difícil mobilizar vontades e recursos para concretizar respostas.
A pandemia que nos afetou a todos, infelizmente com muitas perdas de vidas, é o maior desafio de saúde pública da democracia portuguesa, que está a caminho de 50 anos.
Ninguém estava preparado para isto, no Baixo Alentejo ou em Portugal como não o estavam em Nova York ou na Suíça.
Há quem esteja sempre do lado da crítica, encostado ao problema e fique satisfeito.
Nunca foi essa a minha atitude, sabendo que existem muitos problemas estruturais que se arrastam há anos, que é preciso muito trabalho discreto para que surjam resultados, logo apelidados de insuficiente por quem só fala.
Mas a verdade é que têm sido dados passos no sentido certo. Há muito caminho para percorrer e a pandemia só veio colocar mais obstáculos, porque somou problemas e desafios aos que já existiam.
O risco pandémico continua presente entre nós, enquanto avança o processo de vacinação ao ritmo que as farmacêuticas permitem, depois de uma resposta que não tem paralelo na história das questões de saúde. Nunca se fizeram vacinas num tempo tão curto, colocando problemas de produção.
Mas voltemos à nossa terra e à resposta aos surtos que já tivemos.
Para além de agradecer aos profissionais de saúde e a todos que nas mais diversas funções estiveram na primeira linha das respostas de saúde e na manutenção do acesso a bens e serviços fundamentais para as pessoas e os territórios, gostaria de homenagear e transmitir o meu obrigado a três pessoas em representação dos pilares das respostas que conseguimos ter.
À Dra. Conceição Margalha pelo trabalho realizado na agilização de recursos e na concretização de respostas para acorrer aos casos que chegaram aos diversos pontos da Unidade de Saúde Local do Baixo Alentejo e aos surtos ocorridos um pouco por todo o território de Beja. Nunca o Serviço Nacional de Saúde foi posto à prova com esta exigência, podemos sempre melhorar, mas é de elementar justiça reconhecer o trabalho, a dedicação e competência da Dr. Conceição Margalha num puro registo de serviço à comunidade, apesar das inqualificáveis calúnias e críticas fáceis de alguns.
Ao Dr. Sérgio Fernandes e a todos que integram a Segurança Social pelo trabalho realizado para responder à exigência de muitas ocorrências em espaços de acolhimento de crianças, jovens e idosos. A emergência sublinhou a importância de mantermos estruturas de saúde e de segurança social fortes, ágeis e com capacidade de resposta
Ao Presidente da Câmara Municipal de Beja, Paulo Arsénio, simbolizando um agradecimento extensivo a todos os autarcas que souberam estar próximos, mobilizar vontades, disponibilizar recursos e concretizar respostas para as populações. Na prevenção e na emergência dos surtos, no espaço público e nas instituições da comunidade.
A todos o meu obrigado!
Vivemos um tempo singular, sem paralelo na história da nossa Democracia.
Tivemos impactos muito negativos e vamos ter muitas sequelas, para as quais vamos ter de continuar a trabalhar.
Ainda não passou, mas é justo dizer obrigado!
Pedro do Carmo
Deputado do PS