No ano que está prestes a terminar fomos chamados a votar duas vezes. Logo em janeiro nas eleições para a Presidência da República e recentemente, em final de setembro, para os órgãos municipais.
Em plena pandemia fomos chamados a escolher o Presidente da República que nos representa até março de 2026 e os autarcas que igualmente nos representam, neste caso, até outubro de 2025.
O que ninguém podia imaginar era que o ano de 2022iria iniciar-se com novas eleições, desta vez legislativas, por via duma dissolução inevitável da Assembleia da República, em função da reprovação do Orçamento Geral do Estado e das Grandes Opções do Plano para 2022.
A irresponsável reprovação dos documentos previsionais do Estado para o ano de 2022 obriga os portugueses a terem ou no dia 23 de janeiro, através do voto antecipado, ou no dia 30 de janeiro, através do voto “regular”, a irem às urnas para escolherem uma nova Assembleia da República.
Não se compreende que o Orçamento não tenha sequer, e bastavam votos de abstenção, passado à discussão na denominada Especialidade, reprovando logo na votação inicial.
Nunca um Orçamento tinha sido tão discutido com todos os parceiros quanto este o foi;
Nunca um Orçamento tinha ido tão longe no avanço de direitos sociais da população em geral.
Agora, em plena vaga de crescimento de transmissão de COVID-19; em pleno arranque de aplicação do PRR; em plena discussão do próximo quadro comunitário de apoio com Bruxelas, Portugal vai a votos devido à completa gaiatice, que pode sair muito cara ao país, de algumas forças sobretudo à esquerda do PS.
Bem que podem desdobrar-se em comícios, ações de campanha, porta a portas, colocarem cartazes, faixas e pendões, quer o PCP, quer o Bloco de Esquerda responsabilizando o PS por este momento eleitoral que interrompe um ciclo a meio. Bem podem fazê-lo, mas há uma marca que carregarão consigo até 30 de janeiro: é sua e exclusivamente sua a responsabilidade de poderem derrubar o governo que tem, entre muitas outras tarefas, mais tem aumentado o chamado salário mínimo e que repôs um conjunto de direitos socias e fiscais que nos fomosperdendo no período em que estivemos sob assistência.
Um governo que à crise causada pela pandemia não respondeu com austeridade, ao contrário das respostas de anteriores governos que à crise financeira, e com receita de austeridade, juntaram crises na economia e na vida das pessoas.
Extraordinária a curta memória do PCP e do Bloco.
Extraordinárias as saudades que ambos têm desse período e dos cortes de direitos sociais e salariais, que incluíram aumentos de taxação sobre o trabalho, reduções de salários e pensões, extinções de feriados, reduções de períodos de férias e retirada de subsídios de Natal, entre muitos outros recuos.
Em janeiro, por irresponsabilidade de quem brinca à política, o país vai a votos. E como sempre, saberá escolher e bem.
Deixo uma nota para a lista de candidatos a deputados de excelência que o PS apresenta no Distrito de Beja, constituída nas posições efetivas por Pedro do Carmo, Nélson Brito e Telma Guerreiro. Ter 3 pessoas com esta capacidade nos lugares efetivos é revelador da qualidade dos quadros que de que o PS dispõe neste momento na região, queira-se ou não, goste-se ou não, claramente os mais bem preparados para responderem aos desafios que o futuro nos coloca.
Estimando ouvinte da Rádio Pax, desejo-lhe um excelente ano de 2022.
Paulo Arsénio
Presidente da Câmara Municipal de Beja