PCP e BE exigem reabertura imediata da urgência do hospital de Serpa

O PCP e o BE exigiram, esta semana, medidas “imediatas” para a reabertura da urgência do hospital de Serpa, encerrada devido um surto de covid-19.

Através de comunicados, os dois partidos manifestaram “preocupação” com o encerramento do serviço, pela “importância que representa para o atendimento à população do concelho”, e reforçaram o pedido para que o hospital de São Paulo regresse ao Serviço Nacional de Saúde.

“Ao mesmo tempo que exige a adoção, de imediato, das medidas indispensáveis para a reabertura do serviço de urgência, a Comissão Concelhia de Serpa reafirma a necessidade, há muito defendida pelo PCP, de reversão do Hospital de São Paulo para a esfera de gestão pública”, lê-se na nota dos comunistas.

No comunicado do BE é referido que “fica agora ainda mais claro que a entrega do Hospital de São Paulo à Misericórdia de Serpa foi uma decisão desastrosa do governo de Passos Coelho e Paulo Portas [PPSD/CDS-PP], que há muito devia ter sido revertida”, com o “o regresso da gestão do Hospital de São Paulo, em Serpa, à esfera pública do Serviço Nacional de Saúde”.

O serviço de urgência do hospital de São Paulo, que se encontra sob gestão da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), foi encerrado no domingo devido a um surto de covid-19 detetado na unidade de convalescença e cuidados paliativos, que funciona no primeiro piso do edifício.

O surto infetou todos os 15 internados naquele serviço, além de seis funcionários, e já provocou uma morte entre os utentes.

Recorde-se que o surto surge, uma semana depois, de todos os profissionais do Hospital de Serpa terem sido vacinados contra a Covid-19.

“Proteger tudo e todos” foi o motivo que levou ao encerramento daquele serviço, até estarem garantidas as condições de segurança “de todas as equipas e também de atendimento”, frisa António Sargento, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Serpa.  

O foco concentra-se no “piso 1, na Unidade de Convalesça e de Cuidados Paliativos”, contudo por terem sido detetados “testes positivos à Covid-19 noutros pontos do Hospital”, a decisão passou pelo encerramento temporário da infraestrutura.

“Em cima da mesa”, admitiu António Sargento, está a hipótese de recorrer a equipas médicas de outras instituições para garantir a reabertura do serviço de urgência “com toda a segurança”.

No comunicado do PCP é referido que essa informação foi confirmada pelo deputado João Dias, após contacto com a Unidade de Saúde Local do Baixo Alentejo (USLBA).

“A USLBA informou que, por sua iniciativa, tomou providências para assegurar a manutenção da urgência no Hospital de São Paulo, estando a preparar as condições necessárias para que rapidamente o serviço seja reaberto. Admite, inclusivamente, colocar para o efeito profissionais de saúde da sua responsabilidade até estarem reunidas condições para o retorno ao normal funcionamento do serviço de urgência, da responsabilidade da SCMS”, adianta o PCP.

Na nota do BE é ainda salientado que “a concentração de utentes na urgência de Beja, em plena pandemia, multiplica o risco de contágio de utentes” que não estão infetados com covid-19 “e, por isso, procuram uma resposta de proximidade”.

“Já que os privados desertaram, o BE responsabiliza o Ministério da Saúde, a Administração Regional da Saúde do Alentejo e a ULSBA para que seja encontrada uma solução imediata para a urgência de Serpa no quadro do Serviço Nacional de Saúde”, referem os bloquistas.

O BE acusa ainda a Santa Casa da Misericórdia de Serpa de estar a promover uma “estratégia de esvaziamento” do serviço de urgência, que “há uns meses passou a encerrar à meia-noite, com uma campainha de recurso, e mais recentemente encerra às 20:00”.

“O encerramento da urgência ameaça tornar-se definitivo e vem sendo tentado sob vários pretextos pela SCMS, alegado que este serviço não é rentável. A saúde não tem preço e a pandemia aí está para provar o fracasso da gestão privada deste bem público mais preciso”, lê-se na nota.

Rádio Pax/ Lusa