As autoridades de saúde portuguesas decidiram suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por “precaução”.
A decisão foi anunciada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela autoridade do medicamento (Infarmed) e surge após vários países europeus, também, já terem suspendido a administração desta vacina, devido a relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos, em pessoas vacinadas.
“A DGS e o Infarmed recomendaram a interrupção temporária da administração da vacina da AstraZeneca, tendo por base o princípio de precaução em saúde publica”, afirmou o presidente do Infarmed, Rui Ivo, numa conferência de imprensa conjunta, na qual esteve, também, presente o coordenador da ‘task force’ para a vacinação contra a Covid-19, Henrique Gouveia e Melo, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Questionado sobre a existência de episódios de tromboembolismo, na sequência da vacinação contra a Covid-19, Rui Ivo reconheceu que se registaram dois casos, embora tenha distanciado essas situações daquelas que se verificaram noutros países.
“São casos diferentes dos que efetivamente foram reportados a nível europeu, não estão no mesmo padrão. São situações que estão, totalmente, em recuperação”, assegurou.
A decisão pela suspensão da administração da vacina ocorre apenas um dia depois de Infarmed e DGS terem declarado que a vacina da AstraZeneca podia continuar a ser administrada, frisando que não havia evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países.
Entretanto, o país continua a utilizar as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento.
Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Estónia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo e Dinamarca, além de outros países, incluindo fora da Europa, já interromperam por “precaução” o uso da vacina da AstraZeneca, após relatos de casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com doses do fármaco da AstraZeneca.
A empresa já disse que não há motivo para preocupação com a sua vacina e que houve menos casos de trombose relatados nas pessoas que receberam a injeção do que na população em geral.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmaram que os dados disponíveis não sugerem que a vacina da AstraZeneca tenha causado os coágulos e que as pessoas podem continuar a ser imunizadas com esse fármaco.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou, entretanto, que o comité de especialistas desta agência das Nações Unidas “está a rever os dados disponíveis” sobre a vacina desenvolvida pelo laboratório sueco e pela Universidade de Oxford e vai reunir-se hoje para discutir a vacina.
Rádio Pax/Lusa