O presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) considera que o processo para recolha de votos em lares para as presidenciais devido à Covid-19 foi concebido à pressa, sem contactar autarquias e será “complicado” de concretizar.
Jorge Rosa sublinhou que o assunto não foi debatido no seio da CIMBAL e trata-se, apenas da sua opinião, que não vincula os restantes autarcas da região.
“Foi um processo que foi feito algo apressado e até sem o adequado contacto com as autarquias, quer numa fase preliminar, quer agora para comunicação das várias regras”, considera o também presidente da Câmara de Mértola.
Jorge Rosa afirma que “os autarcas não receberam, em tempo, a devida informação” sobre o processo e “a comunicação com as autarquias, ainda, não foi feita em concreto”.
Os autarcas “só sabem o que tem sido veiculado” pela comunicação social, o que tem sido dito, nos últimos dias, pelo Ministro da Administração Interna e o que consta em documentos disponíveis no site da Direção-Geral das Autarquias Locais”, frisou.
“Há alguns procedimentos que têm de ser melhor divulgados”, porque “ainda persistem algumas dúvidas”, frisou, sublinhando que “as autarquias nunca deixaram de dar reposta a desafios, mas parece que este é um desafio que envolve alguma perigosidade e até é um bocadinho complicado de se conseguir realizar”.
De qualquer forma, Jorge Rosa diz que segundo a informação a que teve acesso, existe “a possibilidade de os [idosos] internados em lares poderem exercer o seu direito de voto [sem terem de sair das instituições]”, medida que considera positiva “do ponto de vista democrático”.
Contudo, o presidente da CIMBAL frisa que “do ponto de vista funcional, deixar tudo isso, como está [previsto], entregue às câmaras” parece-lhe muito complicado e agravado pelo facto de estarmos a falar de instituições que são das mais complicadas e das mais débeis” em termos de contágio do vírus da Covid-19.
Segundo o autarca, “infelizmente, muitos lares têm utentes e funcionários infetados e há de haver sempre alguma parcimónia, quer das próprias instituições, quer dos utentes e das famílias, quer das autarquias, em fazer o serviço” de recolha de votos.
Jorge Rosa frisa que teria “sido uma excelente oportunidade para finalmente se implementar o voto eletrónico, mesmo não sendo generalizado a toda a população”.
Rádio Pax /Lusa