Este ano, a campanha de rega a partir da albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique, foi cancelada. Em causa está a seca que afetou três mil hectares.
“Atualmente, toda a água que existe na albufeira está reservada para abastecimento público. Na nossa zona ficam 3 mil hectares por regar e é uma situação que afeta muitas pessoas”, referiu à agência Lusa, Ilídio Martins, diretor-adjunto da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS).
Na semana passada, a albufeira do Monte da Rocha, tinha um volume de armazenamento de 9,4% da sua capacidade total.
Perante esta realidade o mesmo responsável defende que a ligação de Alqueva ao Monte da Rocha, através da albufeira do Roxo, já anunciada pelo Governo para 2022, deve avançar “o mais rápido possível”.
“Dada a urgência de necessidade de água no sul do Alentejo”, “o projeto já devia estar concretizado”, disse Ilídio Martins, acrescentando que, esta empreitada “devia avançar com mais velocidade”.
A opinião é também partilhada por José da Luz Pereira, presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco, que em declarações à Lusa defende “que a ligação entre as albufeiras do Roxo e do Monte da Rocha já devia estar a funcionar”.
Para o responsável, esta obra é indispensável ao futuro da região, “até porque hoje a função do Monte da Rocha não é só servir a agricultura”. A albufeira serve “também para o abastecimento público de uma vasta área do Campo Branco e não só. E o que está lá de água é confrangedor”.
A ligação de Alqueva à albufeira do Monte da Rocha foi anunciada em 2018, por Luís Capoulas Santos e João Matos Fernandes, em Beja, na altura, ministros da Agricultura e do Ambiente, respetivamente.