O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) vem, em comunicado, acusar o Governo de “boicotar o atual processo de recrutamento de médicos, que está a decorrer e que não contempla as necessidades identificadas”, quer no Baixo Alentejo quer no país.
Segundo o sindicato, “apesar de o Ministério da Saúde ter emitido um despacho a identificar os serviços e especialidades carenciadas, muitas destas não constam no mapa de vagas que foi colocado a concurso”.
No caso concreto da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) foram identificadas como carenciadas as especialidades de “radiologia, pedopsiquiatria e urologia”, no entanto, não abriram concursos.
Rui Algarvio, membro da direção do Sindicato, diz tratar-se de “uma incongruência”, não existindo, “ao que parece vontade política, por parte da tutela para que os médicos sejam alocados às zonas mais carenciadas”.
A solução pode passar pela “alteração na estratégia, por mais investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), por investimento em equipamento e nas carreiras médicas”.
Segundo o mesmo responsável, “a pandemia veio agravar a situação”, tendo em conta que “o desinvestimento no SNS já é crónico e atravessa os diversos governos”.
Para o sindicato, “continuar a ignorar as necessidades já identificadas, e limitar a fixação de jovens médicos nestas áreas, apenas, contribuirá para o previsível insucesso do concurso”.