Quem se dê ao trabalho de verificar os resultados das últimas eleições autárquicas verificará que, no distrito de Beja o Partido Socialista obteve dez, das catorze câmaras municipais em disputa; em Évora seis, das catorze; em Portalegre oito das quinze; e no conjunto da NUT Alentejo, que engloba mais quatro câmaras do distrito de Setúbal, dez do distrito de Santarém e uma do distrito de Lisboa, o Partido Socialista é largamente maioritário com trinta e três das cinquenta e oito câmaras municipais.
Das restantes, quinze são para a CDU, seis para o PSD e quatro para independentes.
Estes são resultados inéditos. Nunca qualquer força política teve maioria absoluta de câmaras municipais neste Alentejo alargado. Acresce a isto o facto do Partido Socialista deter também o governo da nação.
Prestei particular atenção às declarações de alguns responsáveis políticos do Partido Socialista aqui da nossa zona, nomeadamente de Pedro do Carmo, Presidente da Federação do Baixo Alentejo, Luís Ameixa, regressado depois de longo interregno à Câmara de Ferreira do Alentejo e de Paulo Arsénio, agora eleito Presidente da Câmara de Beja. Declarações feitas durante e após a campanha eleitoral. Prometem mudanças para a região (e bem precisamos delas) e um novo ciclo de desenvolvimento. Palavras necessárias e com as quais é difícil não concordar.
Agora há que passar aos actos. Nunca a conjuntura foi tão favorável a quem apregoa amanhãs mais sorridentes, neste caso o Partido Socialista. Se as coisas correrem mal, não valem desculpas de que a culpa é do governo. Isso deixou de servir há já dois anos. E não venham também abster-se de falar com voz grossa ao governo, com o pretexto de que não se pode atacar quem é da mesma cor política. Tal já aconteceu outras vezes e não ganhámos nada com essa postura.
Reconheço que as coisas não são fáceis e que é necessário muito trabalho, muita competência e muito espírito de diálogo com outras forças políticas de cor diferente. E de mobilizar os cidadãos para esta tarefa que é a de levar o Alentejo para a frente.
Cá para mim tenho que é agora ou nunca.