Vítor Silva: Centro UNESCO em Beja

Beja, assim como todo o Alentejo, tem como uma das suas principais mais valias o património histórico, seja o material seja o imaterial e que deve ser utilizado como uma das suas alavancas promocionais.

A classificação desse património pela UNESCO representa um activo importantíssimo nesse objectivo. Lembremos que no Alentejo, Évora e Elvas já beneficiam da classificação como Património Material da Humanidade e o Cante e o Fabrico de Chocalhos, da classificação como Património Imaterial.

É por isso que a abertura nesta quarta-feira em Beja de um Centro Unesco para a Salvaguarda do Património Imaterial tem uma enorme relevância. Com o objectivo de promover, estudar e divulgar a música tradicional, o cante alentejano, a literatura e a história popular, este Centro Unesco é uma parceria entre a Câmara de Beja, a Comissão Nacional da UNESCO, a Direção Regional de Cultura do Alentejo, o Centro Nacional de Cultura, a Fundação AgaKhan, o Sindicato dos Músicos e Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual, a MODA – Associação do Cante Alentejano e a Confraria Gastronómica do Alentejo.

Este Centro Unesco vai ficar instalado no edifício do Clube Bejense, clube esse que em tempos idos, fundamentalmente antes do 25 de Abril, teve grande importância como espaço de cultura e de convívio. Pessoalmente, como o meu pai era seu sócio, recordo de aí ter visualizado algumas das primeiras emissões daRádio Televisão Portuguesa, então recentemente aparecida. Progressivamente, ao longo dos anos o edifício do Clube Bejense foi-se degradando e temeu-se até que essa degradação fosse irreversível. Felizmente que foi encontrada uma nova utilização para o edifício e ele foi recuperado.

Tenho muita curiosidade em ver como ficou o espaço e não é menor a minha espectativaquanto aos resultados do trabalho deste centro e da parceria que o suporta.