Paulatinamente, mas com passo seguro, a China vai a caminho de se tornar a primeira potência económica a nível mundial. Contrariamente ao que sempre foi norma ao longo da História, este poderio económico crescente não tem sido suportadonum domínio político/militar sobre outros povos e outras regiões do globo.
Só para citar alguns exemplos, lembremo-nos do que foi o império romano na antiguidade, os impérios português e espanhol, mais recentemente o império britânico e o modo como os Estados Unidos da América se tornaram a potência dominante depois da Segunda Guerra Mundial. Pelo contrário a China nunca teve ambições expansionistas. É verdade que nos séculos recentes alargou as suas fronteiras, para o Tibete e a Ásia Central, mas fundamentalmente com intenções defensivas.Também é verdade que no início do século XV, ainda antes das expedições marítimas portuguesas e espanholas, já os chineses tinham explorado todo o sul da Ásia e a costa oriental africana, com frotas constituídas por inúmeros navios, navios esses de dimensões tais que os europeus nem podiam imaginar que existissem. Esse curto período foi uma excepção na história da China.Rapidamente, por razões de política interna, os chineses abandonaram essas viagens, destruíram os seus grandes navios e voltaram a fechar-se sobre si próprios.
Mas, nas últimas décadas, os dirigentes chineses perceberam que para poderem proporcionar um nível de vida decente à sua população, quase toda a viver na pobreza, necessitavam de se abrir ao mundo. Não abdicando do seu sistema político, decidiram aproveitar aquilo que eles consideram ser o melhor do capitalismo: a sua enorme capacidade de produzir bens transacionáveis. E se no início a China começou a inundar os mercados externos com bens baratos, mas de baixa qualidade, isso já mudou. Hoje produz mercadorias de grande qualidade, muitas delas com incorporação da tecnologia mais avançada. Em troca importa matérias primas, de que a China é particularmente carente, e knowhow, isto é, sabedoria.
É deste modo que a China, através do comércio e de investimentos estratégicos no exterior que os lucros do comércio proporcionam, tem elevado duma maneira nunca vista o nível de vida do seu povo e caminhado para a liderança económica mundial.
Daí que todos os países queiram comercializar com a China e também queiram captar a sua parte dos muitos milhões de turistas que ela já exporta. Na próxima década a nacionalidade mais numerosa de turistas na Europa será inevitavelmente e de longe a chinesa.
Portugal e o Alentejo têm estado atentos a este fenómeno e o mercado chinês é sem dúvida uma boa aposta para vários produtos nacionais e no caso do Alentejo em particular para os vinhos e os azeites. E quanto aos turistas o número deles está a crescer muitíssimo no Alentejo, embora ainda só em Évora, onde já sãodos melhores mercados estrangeiros.
Uma última nota: talvez não fosse descabido promover o aeroporto de Beja na China, como uma boa porta de entrada de produtos chineses na Europa. Aqui fica a sugestão.