O PCP de Beja considera que a pré-triagem de acesso às urgências hospitalares, feita, em alturas de constrangimentos naqueles serviços, através da Linha de Saúde 24 ou do 112, não é solução.
Em comunicado enviado às redações, o PCP de Beja refere que “perante a falta de médicos de família e de médicos em especialidades hospitalares, o Governo opta por medidas desgarradas que não resolvem qualquer problema”.
Para os comunistas, “a pré-triagem e a admissão no Serviço de Urgência (SU) apenas de doentes referenciados (como sucedeu recentemente no SU do Hospital José Joaquim Fernandes) não são soluções”.
A mesma fonte considera que “o encerramento temporário de serviços de urgência, em particular de Obstetrícia e Pediatria (como tem sucedido várias vezes no Hospital José Joaquim Fernandes) não é solução”, bem como, “o encerramento temporário de serviços de Urgência Básica (como sucedeu recentemente em Castro Verde) não é solução”.
“Tal como não é solução o objetivo do Governo de enviar os doentes do Serviço Nacional de Saúde para os sectores privado e social, para diminuir as listas de espera”, afirma o comunicado, adiantando tratar-se “apenas de desviar recursos do sector público para o negócio privado da doença”.
Na nota enviada às redações, o PCP de Beja afirma que “no nosso País não há falta de médicos”. Acrescenta que “o défice de médicos existe, apenas, no Serviço Nacional de Saúde fundamentalmente, porque as carreiras e os salários destes profissionais de saúde, bem como, dos enfermeiros e dos auxiliares, não são valorizados e o sector privado oferece melhores condições remuneratórias e melhores condições de trabalho”.
De acordo com a Concelhia de Beja do PCP, este “não é um problema de agora, que surgiu do nada, mas sim de há vários anos, fruto da estratégia seguida pelos governos do PS e do PSD/CDS, cujo objetivo é degradar a prestação de cuidados médicos, reduzindo a capacidade de resposta dos serviços públicos de saúde, para em contrapartida transferirem mais de metade das verbas atribuídas à saúde pelo Orçamento de Estado para os grandes grupos privados”.
A Comissão Concelhia de Beja do PCP denuncia “todas estas situações que só prejudicam as populações e põem em risco o acesso aos cuidados de saúde, direito universal”.