O Povo é quem mais ordena

O Povo é quem mais ordena

“(…)vejo possibilidade de acolher as diferenças do Chega e da AD, num Governo conjunto(…)”

Sou militante do PSD desde 1995 e não tenho qualquer cargo dirigente há mais de 10 anos, nem voltarei a ter. Assim, o que direi de seguida é apenas uma opinião pessoal.

As eleições livres e secretas, a diversidade, a pluralidade, onde o voto de um pastor vale o mesmo do que o voto do professor, é a base da democracia que, não sendo um sistema perfeito, é o melhor dos sistemas.

Os 50 deputados do PS ou do PSD não são melhores nem piores do que os 50 deputados do Chega, nem valem mais nem menos, pois provem de eleições livres e democráticas.

Já estive em inúmeras eleições. Numas fiquei contente e em outras, triste, mas goste-se ou não se goste do resultado, o Povo é quem mais ordena, e como tal, é preciso respeitar e saber ler a vontade popular.

Evidentemente não existe apenas uma leitura política, mas quem vence tem de criar condições, com os dados existentes, de modo a se formar um bom Governo, e os restantes, fazer uma boa oposição. Um sem o outro é poucochinho, embora poucas vezes assim aconteça. E é bom as alternativas serem claras. A ideia do centrão político, exceto em casos pontuais, poucas vezes é a melhor solução.

Nas análises pós eleições, existe uma elevada unanimidade dos Comentadores fazedores de opinião, substituindo-se aos Partidos Políticos, em ostracizar o Chega, como se 1,2 milhões de portugueses tivessem sido acéfalos na votação. Como se.. “ os meus votos são dos bons, mas os teus não prestam..”

Até porque o Chega nem tem programa de Governo… limitando-se a apresentar um manifesto eleitoral com pontos, e um conjunto de causas avulsas. Do mesmo modo que o BE, no seu início. Até concordo com várias das causas do BE (eutanásia, aborto, adoções,) mas quando leio o seu programa de governança, nem 1% de bloquista eu sou. Portanto causas são uma coisa, governança é outra. E creio que terá assim pensado cerca de 20% dos votantes.

Por isso, vejo possibilidade de acolher as diferenças do Chega e da AD, num Governo conjunto, em nome da estabilidade e da possibilidade de se promoverem as reformas tão necessárias e 10 anos adiadas. E que um governo PSD, mesmo alargado ao CDS e IL, nunca conseguirá, pois o Povo assim o não quis.

É preciso ponderar. Analisar os prós e contras, estabelecer linhas inultrapassáveis, e prioridades. Não vejo que não seja possível. Sem preconceitos prévios. E depois, daqui a 4 anos o Povo dirá de sua justiça. Mas não tentar, não negociar o ultrapassável, deixando um Pais apenas destinado a resolver casos e casinhos, pontuais e avulso, é uma oportunidade perdida.

Com isto não quero dizer que não respeite a decisão do PSD e que desiludido me vá embora, até porque sou convictamente social-democrata, e as convicções não se sobrepõem á tática. Mas lamento, pois num Pais pobre, descrente, envelhecido, quase inerte, precisamos muito de um governo forte, estável, com uma base parlamentar alargada, solida e coesa, pois a não ser assim, a contestação sindical e social que se perspetiva e já anunciada, não permitirá promover reformas de futuro que projete o Pais para um futuro melhor.

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