O Alentejo surge em destaque nos mais recentes dados sobre a população em situação de sem-abrigo em Portugal, com os concelhos de Moura e Beja entre os mais afetados. Segundo o Inquérito de Caracterização das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, no final de 2024 existiam 14.476 pessoas nesta condição em todo o país, mais 1.348 do que no ano anterior.
De acordo com o estudo, o Alentejo é uma das regiões que concentra mais pessoas sem-abrigo, sobretudo no interior. Moura destaca-se com 634 pessoas em situação de sem-abrigo, sendo o segundo concelho do país com maior número absoluto, logo a seguir a Lisboa (3.122). Beja surge também entre os concelhos mais afetados, com 369 casos registados. Do Top20 de concelhos era Braga o que tinha menos sem-abrigo, 174.
Os dados revelam ainda que concelhos alentejanos como Moura apresentam uma das mais elevadas taxas de sem-abrigo por mil habitantes a nível nacional. O retrato típico de uma pessoa sem-abrigo continua a ser o de um homem português, solteiro, com idades entre os 45 e os 64 anos e baixos níveis de escolaridade, sendo o desemprego ou a precariedade laboral a principal causa.
O inquérito sublinha particularidades da região alentejana, nomeadamente uma maior percentagem de mulheres em situação de sem-abrigo e uma presença significativa de pessoas jovens, quando comparado com a média nacional.
Apesar do agravamento do problema, o estudo indica que, em 2024, mais de 1.300 pessoas conseguiram sair da situação de sem-abrigo e aceder a habitação permanente. Ainda assim, os números agora divulgados colocam o Alentejo, e em especial concelhos como Moura e Beja, no centro das preocupações sociais a nível nacional.