O aumento do preço dos combustíveis, dos adubos e das rações está a causar enormes problemas à lavoura do Campo Branco com muitos agricultores a admitirem que a situação está a tornar-se “insustentável”.
Segundo os agricultores desta região, que abrange os concelhos alentejanos de Castro Verde e Almodôvar e parte dos municípios de Aljustrel, Mértola e Ourique, os custos dos fatores de produção ligados à atividade agrícola têm “disparado” de forma “exorbitante” nos últimos meses.
Rui Saturnino, agricultor cuja exploração se localiza no concelho de Aljustrel, revela que devido ao aumento dos fatores de produção na presente sementeira das culturas de outono/inverno, de forma a conseguir manter a exploração, teve de abdicar “de colocar os adubos” ou “os nutrientes necessários” em algumas parcelas de terreno.
Em Castro Verde, as queixas repetem-se. Carlos Sequeira, proprietário de uma exploração localizada na freguesia de Santa Bárbara de Padrões revela que tem aumentos de cerca de 215% em adubos. Acrescenta que o gasóleo subiu na ordem dos 65% e a farinha para gado aumento entre 35 e 40%.
Uma situação que, de acordo com o agricultor, irá repercutir-se nos preços dos produtos no supermercado.
Com o aumento do preço dos fatores de produção a juntar-se à seca prolongada, a atividade agrícola na região poderá ser “inviável”, admite mesmo José da Luz Pereira, presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), com sede em Castro Verde.
José da Luz Pereira considera ser indispensável uma intervenção do Estado e da própria União Europeia (UE), tendo em vista a mitigação do problema.
Recorde-se que a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) já alertaram o Governo para a subida dos preços dos produtos agrícola e pediram medidas de apoio ao setor que mitiguem os efeitos desta situação.
Rádio Pax/Lusa
