Até ao final do mês de agosto há registo de mais 158 mortes, no Alentejo face a 2019. No ano passado, morreram na região 5 092 pessoas. Até ao final do mês passado o número de mortes foi 5 250.
Os dados são do INE- Instituto Nacional de Estatística que apontam para um aumento do número de mortes em toda a região Alentejo.
No Baixo Alentejo, à exceção do concelho de Odemira há mais 78 vítimas mortais, o que representa um aumento de 5,8% em relação ao ano passado. Em 2019 morreram 1 335 e em 2020, até ao momento, registam-se 1 413 óbitos.
Estes números poderão estar relacionados com o novo coronavírus que, em Portugal, desde o início da pandemia já matou mais de 1 800 pessoas, certo é, que na região Alentejo, há a registar 22 óbitos, dos quais três em Beja. Na cidade, a primeira vítima mortal, foi um homem de 87 anos, utente do Lar Nobre Freire. O idoso faleceu a 20 de abril, no Hospital José Joaquim Fernandes.
Pedro Vasconcelos, presidente do Conselho Sub-Regional de Beja da Ordem dos Médicos, disse não conseguir “dar uma resposta sensata que possa dar uma explicação [para este aumento da mortalidade] devido à falta de dados”.
Também a ULSBA- Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo diz “reconhecer os dados estatísticos publicados” e garante que “acompanhará o estudo, que será realizado à semelhança do que é feito anualmente pelas entidades competentes, não podendo por isso tecer quaisquer comentários sem que esses dados sejam devidamente estudados (…)”.
Por sua vez, Guida da Ponte, do Sindicato dos médicos da zona Sul considera que estes números representam a “desorganização dos serviços de saúde que são exemplo da falta de organização do atual Ministério da Saúde”.
Edgar Santos, coordenador da Direção Regional do Alentejo do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera que “tendo em conta os dados que estão disponíveis” esse aumento da mortalidade poderá estar relacionado com “restrições no atendimento aos cuidados de saúde primários e às consultas”.
Na sua opinião, o “medo que se instalou nas pessoas para se dirigirem ao hospital ou ao centro de saúde poderá também ter contribuído”.
Recorde-se que para tentar “cumprir as normas exigíveis para a prestação de cuidados face ao desafio da pandemia da Covid-19”, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo aumentou “o serviço de urgência pediátrica e urgência geral”.
Segundo a Unidade Local de Saúde, os serviços de urgência pediátrica e urgência geral “não estavam dimensionados nem tinham condições de adaptabilidade na estrutura física existente” para responder aos novos desafios.