A Assembleia Municipal de Beja rejeitou, ontem, a formação da parceria publica Águas do Baixo Alentejo, a celebrar entre o Estado Português e os Municípios de Aljustrel, Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola e Ourique.
A proposta obteve 16 votos contra (15 da CDU e uma do BE). O PS votou a favor com 15 votos e o PSD e o Movimentos por São Matias abstiveram-se.
A Águas do Baixo Alentejo apresentada, durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal teria a EMAS como principal “motor” no processo.
Luís Miranda, vice-presidente da Câmara de Beja explicou que esta proposta, “sem possibilidade de privatização” seria “o melhor caminho para serem realizados os investimentos que são necessários”.
Com a criação da Águas do Baixo Alentejo existiria a possibilidade de “investimentos de cerca de 80 milhões de euros, nos próximos 40 anos”. Em Beja, na próxima década seriam “investidos 10 milhões de euros”, para a renovação da rede e modernização do sistema de água, esclareceu Luís Miranda.
Relativamente aos trabalhadores da EMAS, o vice presidente referiu que “a sua integração na Águas do Baixo Alentejo seria feita de forma voluntária, e que o horário de trabalho seria de 40 horas semanais”. No que diz respeito às remunerações, os salários seriam correspondestes ao dos funcionários da Águas de Portugal.
A CDU justificou a sua decisão lamentando que o assunto “seja tratado como uma questão banal e corrente como tantos outros que são levados à Assembleia”.
A bancada da CDU mostrou ainda sua preocupação para com os funcionários da EMAS e referiu que esta é uma “questão de dimensão histórica que vai condicionar um sistema de crucial importância para a qualificação do território e dignificação da vida em comunidade nos próximos 40 anos”.
O Bloco de Esquerda votou contra. No entender da bancada do BE, o avanço deste processo abriria portas à privatização da água.
O Movimento Por São Matias com Todos justificou a abstenção por falta “de tempo e condições para fazer uma análise em consciência”.
Também o PSD se absteve por considerar que a decisão deve ser “pensada, ponderada e levada à discussão pública de todos aqueles que são intervenientes”.
Na declaração de voto do PS, a bancada dos socialistas não poupou críticas à posição assumida pelos restantes partidos.
O PS considerou estar do “lado certo da história” e acusou a CDU de “não conseguir ver além do seu quintal”, e o PEV de “mais uma vez não ter tido a capacidade de fazer valer uma visão que diz defender”.