O Mercado Municipal de Beja encerrava ontem, para iniciar obras “profundas de requalificação”, no entanto os vendedores de peixe recusaram sair do mercado e passaram a noite no local.
Face aos acontecimentos de ontem, a Câmara Municipal de Beja redigiu um comunicado, enviado à Rádio Pax, onde esclarece a situação do Mercado Municipal bejense.
“O encerramento do Mercado Municipal esteve inicialmente previsto para setembro de 2019, sendo adiado depois para novembro e dezembro desse mesmo ano. Contudo, e uma vez que o início das obras se atrasou substancialmente, entendeu a Câmara Municipal não fechar o Mercado Municipal, mantendo-o em atividade até 13 de junho de 2020”, começa por referir o documento.
No comunicado, a Câmara afirma que “sempre geriu o complexo processo do Mercado Municipal de Beja com particular sensibilidade, prolongando, até ao limite, sistematicamente, prazos para que os operadores pudessem encontrar soluções para os seus negócios”.
A autarquia apresentou “soluções” para os comerciantes. No entanto, “uma das soluções”, disponibilizada para a revenda de peixe, “mostrou-se impraticável para o sector”.
Para fazer face à situação, a Câmara decidiu, “com carácter excecional”, que os operadores da revenda de peixe podiam regressar ao Mercado Municipal a partir de 19 de junho até ao final do mesmo mês.
Perante a situação verificada no Mercado Municipal da cidade, Paulo Arsénio, Presidente da Câmara de Beja, revela que a autarquia “lamenta muito o que está a acontecer [naquele] mercado”.
“Sempre tivemos uma postura muito séria (…) e honesta com todos os operadores ao longo de cerca de um ano e meio em que negociámos com todos eles e com os concessionários (…) e temos uma obrigação moral com todos os operadores de banca”, refere o autarca.
Posto isto, Paulo Arsénio afirma que a Câmara Municipal de Beja “assumiu todas essas responsabilidades e nunca mentiu a nenhum operador sobre avanços ou recuos nas obras do mercado”.
“A CM Beja prolongou, várias vezes, a abertura do mercado até ao momento em que as obras estão iminentes de se iniciarem e portanto esta atitude, depois de termos estado reunidos no dia 18 de junho (…) e depois de termos explicado até quando é que o mercado poderia ficar aberto o que iriamos fazer para que dentro de um mês ou dois a situação fosse resolvida, muito nos surpreende a atitude que foi tomada pelos operadores”, acrescenta.
O Presidente da Câmara de Beja adianta que “a partir de agora a confiança entre as partes está naturalmente quebrada. A Câmara não confia mais em negociações com aqueles operadores”e a situação passa agora para as advogadas da autarquia.