Apesar das recentes chuvas terem aliviado a situação de seca, a distrital de Beja do Bloco de Esquerda (BE) considera que não se pode “desviar atenções do problema estrutural da gestão da água face às alterações climáticas”.
A água foi um dos temas em cima da mesa na última reunião da Coordenadora Distrital do Bloco, com a presença de Luís Fazenda, do Secretariado nacional.
O BE lembra que diversas barragens do Alentejo continuam com níveis de armazenamento baixos e cita casos como o Monte da Rocha (11%), Campilhas (12%), Roxo (37%), Santa Clara (37%) e Odivelas (50%).
Na ótica do Bloco, “a situação na barragem de Santa Clara é mais preocupante, dado o uso e abuso da água pela agricultura intensiva, em detrimento do abastecimento público e dos pequenos agricultores, chamados “precários”, a quem tem sido cortado o acesso”.
A previsível construção duma central dessalinizadora no litoral alentejano não agrada ao Bloco. Além de problemas ambientais que a dessalinização arrasta, o investimento público irá servir os interesses privados instalados na costa alentejana, condena Alberto Matos coordenador do Bloco de Esquerda em Beja.
O Bloco saúda a aprovação pela Assembleia da República do projeto de resolução apresentado pelo BE que recomenda ao governo que o projeto de ‘Reforço do Abastecimento de Água ao Algarve – Solução da Tomada de Água no Pomarão’ tenha como prioridade o abastecimento às populações.
Alberto Matos critica a orientação de voto de Pedro do Carmo. O deputado socialista eleito por Beja votou contra, ao “lado da direita”, lamenta o dirigente do BE.