As próximas eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025 são muito importantes para o futuro não só de Beja e do concelho, mas também do distrito, dada a situação da cidade sede concelho ser a capital do Baixo Alentejo. De facto, há um risco bem real da direita e extrema direita virem a dominar o poder municipal, o que, a concretizar-se, seria uma espécie de salvo conduto para que este território ficasse sob o governo efetivo do capitalismo sem rosto ligado, sobretudo, ao olival e amendoal intensivo, crime ambiental de proporções devastadoras para a região.
Mostrar a natureza das candidaturas de Palma Ferro e David Catita, enquanto representantes do agronegócio e dos múltiplos interesses instalados no concelho, que não os do povo, é, desde logo, o primeiro objetivo da candidatura do Bloco de Esquerda, liderada por Madalena Figueira à Câmara e por Ana Serrano à Assembleia Municipal.
O segundo objetivo é trazer ao conhecimento e à discussão dos munícipes um projeto de futuro para o concelho, de que é parte integrante uma ideia de cidade capaz de transformar Beja numa efetiva capital de distrito, o que distingue, pela positiva, esta candidatura de todas as outras.
Beja uma cidade das artes e da cultura
Numa cidade e num concelho onde a grande riqueza são as pessoas, é aqui que deve ser feita a grande aposta do município: construção de infraestruturas artísticas e culturais; programação criteriosa dos equipamentos; apoio à criação artística e cultural; formação de artistas, de técnicos e de públicos; concretização de uma rede artística e cultural concelhia envolvendo juntas de freguesia, associações e escolas de todos níveis de ensino, incluindo, portanto, o Instituto Politécnico que não pode viver à margem do território onde se encontra instalado; apoio à fixação da indústria cinematográfica; concretização de eventos artísticos e culturais de projeção internacional em conformidade com a tradição cultural de Beja, que é a do mundo mediterrânico.
Este é um dos pilares centrais em que assenta a ideia de cidade e de concelho que o BE propõe: a arte e a cultura como marcas caraterizadoras de um território capazes de potenciarem o seu desenvolvimento e a sua abertura ao mundo.
Beja uma cidade requalificada e habitada no seu centro
O centro de Beja foi vítima nos últimos anos da incúria e do desleixo das várias gestões municipais. O resultado é a degradação acelerada do parque habitacional onde se encontra a alma, a identidade da cidade. Para se ter uma ideia da gravidade da situação basta referir que em cinco ruas (Rua Afonso Costa, do Touro, dos Infantes, da Cadeia Velha e do Sembrano) existem 89 fogos fechados, a maioria em péssimo estado de conservação. Só a requalificação e a consequente habitação deste parque habitacional, que o BE estima, pelo levantamento que está a fazer, em cerca de 500 fogos, pode alcandorar Beja ao estatuto de uma verdadeira capital do Baixo Alentejo.
Há medidas de política pública habitacional, com ampla cobertura legal conducentes à resolução desta situação a médio e a longo prazo. O que é preciso é vontade política para iniciar o caminho, o qual passa, desde logo, pela criação, no âmbito do município, de uma equipa pluridisciplinar (advogados, arquitetos, engenheiros, etc.) destinada a completar o levantamento feito pelo BE e a coordenar a concretização das medidas que urge tomar.
Este é o segundo pilar da ideia de cidade proposta pelas candidatas e candidatos do BE, condição necessária à reabertura do comércio local, viável e próspero que só a habitação de proximidade pode garantir.
É, pois, com espírito propositivo de quem tem uma ideia de futuro para Beja e para o concelho que a lista do BE, liderada por Madalena Figueira e Ana Serrano se apresentam à decisão soberana do povo. Saibam as outras forças política honrar a democracia expondo as suas ideias e não incitando ao ódio.