Comandantes queixam-se das condições em que combatem os incêndios.
Os dois bombeiros da corporação de Cuba que ficaram gravemente feridos quando combatiam o incêndio em Castro Verde, distrito de Beja, vão continuar em coma induzido até quinta-feira sem poder receber visitas, revelou fonte familiar. “Só depois (saírem do coma) os médicos podem fazer um diagnostico mais preciso. Nós somos pessoas de fé, vamos continuar a rezar por eles”, desabafou emocionado.
Carlos Carvalho, de 40 anos, residente em Vila Alva (Cuba), ficou com 95% do corpo queimado. Carlos Heleno, de 30 anos, natural e residente em Cuba, também sofreu queimaduras de 2º e 3º grau, ficando com 50% do corpo queimado.
Os dois operacionais combatiam na “frente de fogo” quando terão sido surpreendidos por uma mudança repentina do vento que soprava “muito forte”, revelaram bombeiros de outras corporações.
“Receberam (os dois feridos) indicações pelos meios de comunicação para combater uma frente que lavrava junto ao IP2, foi nessa altura que tudo terá acontecido”, explicaram os operacionais que estiveram no local.
Os bombeiros queixam-se dos fatos que usam nos incêndios que já não têm as qualidades de protecção exigidas. “Entregaram-nos os fatos em 2014, já lá vão seis anos. São utilizados e lavados vezes sem conta, claro que já não protegem devidamente. Não devíamos andar a combater incêndios desta natureza nestas condições”, reclamam.
O fogo que deflagrou na tarde de segunda-feira em Castro Verde, Beja, feriu um total de cinco bombeiros.
As dimensões do incêndio obrigaram ao corte da Estrada Nacional (EN) 2 entre Castro Verde e a localidade de Carregueiro e do Itinerário Principal (IP) 2 entre a povoação de Entradas e Castro Verde.
Para o local foram mobilizados 160 operacionais apoiados por 60 viaturas e quatro meios aéreos.
Ao início da manhã de ontem (terça-feira) o incêndio já se encontrava extinto.