A DRA do PCP vem, em comunicado, acusar a Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista de ter “motivações partidárias” na eleição dos órgãos sociais da empresa Águas Públicas do Alentejo (AgdA).
Em causa está o facto de, recentemente, no âmbito de uma Assembleia-Geral da Águas Públicas do Alentejo (AgdA) – que elegeu novos órgãos sociais – ter sido eleito, como administrador executivo, um eleito do PS na Assembleia Municipal de Alvito, em representação dos municípios, designado pela Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública (AMGAP), quando já existe, uma comissão executiva naquela empresa.
Além disso, esta eleição causou “estranheza” aos comunistas, uma vez que, há quatro anos, no âmbito da eleição de um administrador executivo indicado pela AMGAP, apresentada pela maioria das autarquias da CDU, o atual presidente desta associação, Luís Dias, disse que “se estavam a violar valores, a boa gestão e ética de concordância política”.
Na altura, a sete meses das autárquicas de 2017, o PCP diz que o responsável afirmou que “a administração pública está sujeita a critérios de despesa” e “o timing para tais decisões, é o mais errado possível”, tendo em conta o aproximar das eleições, adiantando, aindam que “tais decisões vão vincular as novas equipas durante dois anos e meio (…) havendo aqui uma colocação partidária.”
Na mesma ocasião, a DRA do PCP recorda que “a Federação do Baixo Alentejo do PS manifestava, também, a sua indignação e discordância, perante a proposta de reorganização dos corpos sociais da AMGAP apresentada pela maioria de municípios da CDU”.
Os comunistas dizem que os socialistas afirmaram, na altura, que “não havia necessidade de mais nenhum administrador executivo, pois não havia falhas executivas” e “o custo elevado que terá esta opção, encargos anuais superiores a 200 mil euros, leva a encarecer a tarifa, e por conseguinte, a fazer com que o consumidor tenha que pagar mais”.
Além disso, o PCP refere que o PS vincou, então, que “os Baixo Alentejanos não têm de pagar um novo administrador por motivações político-partidárias”.
“Ainda por iniciativa do PS”, o PCP relembra que “foi há quatro anos apresentada uma proposta de moção na Câmara Municipal de Beja”, na qual se defendia a rejeição da “criação de mais dois cargos executivos no Conselho de Administração da AgdA, por significar um aumento de despesa da ordem dos 210.000 euros/ano, sem qualquer necessidade identificada, a ser suportada pelos contribuintes através do tarifário.”
Perante esta situação, o PCP sublinha que “é caso para dizer, faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
“O PS como é seu apanágio dá uma pirueta completa na sua opinião sobre este assunto, tendo, apenas, como móbil o facto de, agora, o administrador executivo em causa ser um eleito do Partido Socialista. Agora percebe-se bem quem é que tem motivações partidárias”, acusam os comunistas.
A DRA do PCP reafirma “o empenho dos comunistas em desenvolver todos os esforços para assegurar a gestão pública da água, continuando a lutar, contra as investidas do Partido Socialista que a nível da baixa aposta na transformação da água num negócio”.
A Rádio Pax tentou chegar à fala com os intervenientes, em causa, sobre a matéria, mas não foi bem-sucedida.