Os planos do Governo para a construção de um aeroporto na atual Base Aérea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035, não são bem-vistos pelos empresários de Beja.
Ainda que o despacho assinado pelo Ministro Pedro Nuno Santos tenha sido anulado por António Costa, que quer um consenso em torno da solução, a matéria continua a gerar divergências.
David Simão, presidente do Nerbe/Aebal- Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral assegura que há “manifestações de interesse” para utilização do aeroporto de Beja que são “bloqueadas” pelo Governo central.
O empresário lamenta que “num país cujos recursos são limitados e onde as restrições orçamentais bloqueiam as ajudas às empresas e à sociedade civil” existam equipamentos, como é o caso do aeroporto de Beja, que não são aproveitados.
É muito “triste” que um país “pobre” não aproveite as infraestruturas que dispõe, lamenta Florival Baiôa, porta-voz do movimento de cidadãos “Beja Merece+”. Segundo o mesmo responsável, Beja tem capacidade para receber carga, fazer manutenção e acolher até 1 500 passageiros por dia. Florival Baiôa diz que “não há remédio possível”. O Aeroporto de Beja terá de ser aproveitado pois não é aceitável fazer um aeroporto no Montijo para funcionar apenas nove anos.
Jorge Barnabé, presidente do Observatório Regional do Baixo Alentejo, lembra que estas pretensões do Governo não são novas. Em seu entender, o aeroporto de Beja deve assumir-se, na rede aeroportuária nacional, como uma infraestrutura logística e de manutenção aeronáutica. Em matéria de passageiros, poderá apoiar Faro, Lisboa e Sevilha.